Graças à Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP-26), governos e empresas estão empenhados em divulgar iniciativas para neutralizar a emissão de gases poluentes causadores dos desequilíbrios no clima mundo afora. Mas essa corrida exigirá muito mais investimentos do que o desembolsado até aqui.
Estudo realizado pela consultoria Oliver Wyman, em parceria com o Fórum Econômico Mundial (WEF), mostra que será necessário triplicar o volume anual de investimentos em energia limpa, passando de US$ 1,4 trilhão (média dos gastos anuais entre 2016 e 2020) para US$ 4,3 trilhões até 2030 caso a humanidade esteja, de fato, comprometida em alcançar as metas de neutralidade de carbono estabelecidas para 2050.
Os aportes precisam ser direcionados para tecnologias como captura, armazenamento e utilização de carbono, geração de energia com hidrogênio, bioenergia, combustíveis sustentáveis para aviação e amônia verde. Essas inovações podem ser responsáveis por mais de 40% das reduções globais de gases causadores do aquecimento global até 2050 se forem utilizadas em escala comercial, segundo o relatório Financing the Transition to a Net-Zero Future (Financiando a transição para um futuro de neutralidade nas emissões, em tradução livre).
O grande problema é que essas tecnologias estão em estágios iniciais. Ou seja: não estão prontas para uso em grande escala ou ainda são muito caras, em comparação com as alternativas existentes, como a queima de combustíveis fósseis, grandes causadores do efeito estufa. A conclusão do estudo é que ainda dá para virar o jogo. Mas é preciso acelerar a mobilização de capital.
Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 02/11/21, às 09h00.
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