EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Bastidores do mundo dos negócios

Partido Avante tenta emplacar Henrique Lucas na Cateno após reprovação de indicação anterior

Novo indicado é ligado ao Avante de Minas Gerais, que foi comandado por Luis Tibé, atual presidente da sigla

PUBLICIDADE

Foto do author Matheus Piovesana
Foto do author Aline Bronzati
Atualização:
Nome gera descorforto no Planalto, mas pode acomodar o bloco do Centrão na composição do governo Lula Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Após a reprovação do primeiro indicado para a presidência da Cateno, empresa controlada pela Cielo e pelo Banco do Brasil, o Avante tenta emplacar Henrique Fernando Lucas no comando da companhia, de acordo com fontes que pediram anonimato, pelo fato de que a informação não é pública.

PUBLICIDADE

Ainda de acordo com as fontes, o nome de Lucas foi aprovado em uma primeira análise. Agora, precisa passar pelo conselho de administração da Cateno para que a indicação seja efetivada.

O novo indicado é ligado ao Avante de Minas Gerais, que foi comandado por Luis Tibé, atual presidente da sigla. O atual presidente do diretório mineiro do partido é Alex de Freitas, ex-prefeito da cidade de Contagem.

Indicado já foi multado pela CVM e pelo Banco Central

A indicação de Lucas gerou desconforto no Planalto pelo fato de ele ter sido multado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Banco Central, em casos diferentes. Junto à CVM, Lucas foi condenado ao pagamento de multa em 2018 e a não exercer a função de administrador de companhias abertas por um ano e meio, por atrasos no envio de informações financeiras periódicas pela Eletrosom, companhia da qual ele foi diretor financeiro. Já o BC multou o executivo em fevereiro de 2020 em processo envolvendo o Banco Semear, do qual ele também foi diretor.

Embora a indicação tenha causado desconforto no Planalto, o governo e o BB estariam pressionando a Cielo a aceitá-la, em parte do xadrez político que envolve a entrada do chamado Centrão na base de apoio do governo Lula. Outra peça neste jogo é o Bradesco, sócio do BB na Cielo. A postura do banco é a de não intervir caso o candidato indicado para presidir a Cateno tenha capacidade técnica, diz uma fonte próxima ao grupo, dado que este é um assunto que cabe à Cielo, que é acionista direta da Cateno. Vale lembrar que o resultado da Cateno é de suma importância para a Cielo.

Publicidade

Empresa de cartões do BB tem boa geração de caixa

Considerada uma “vaca leiteira” em geração de caixa, a Cateno é a empresa que cuida dos cartões Ourocard, do BB. No primeiro trimestre, a receita operacional líquida da joint venture com o BB foi de quase R$ 1 bilhão. Já a Cielo Brasil gerou R$ 1,6 bilhão. Lucas foi sugerido por Guilherme Ítalo, que foi o primeiro nome proposto pelo Avante para o cargo.

Próximo do presidente da sigla, Luiz Tibé, Ítalo teria sido reprovado pela Cielo após o Broadcast revelar a movimentação em torno da sua indicação para presidir a joint venture com o BB. Na ocasião, a empresa de maquininhas negou “qualquer conclusão ou recomendação” do nome de Ítalo. De acordo com fontes, a falta de experiência no setor de pagamentos o tirou da disputa. Em uma análise, constatou-se que ele não teria o currículo necessário para comandar a companhia, que gere uma das maiores operadoras de cartões do País.

Atualmente, a Cateno é comandada por Luis Felipe Monteiro. O executivo ficou conhecido ao liderar a criação da plataforma gov.br, que centralizou e digitalizou serviços do governo federal, durante passagem pelo Ministério da Economia, entre 2019 e 2021. Procurados, o BB e o Bradesco não comentaram. Cielo e Cateno não retornaram até o fechamento desta nota.

Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 21/07/23, às 17h39.

O Broadcast+ é uma plataforma líder no mercado financeiro com notícias e cotações em tempo real, além de análises e outras funcionalidades para auxiliar na tomada de decisão.

Publicidade

Para saber mais sobre o Broadcast+ e solicitar uma demonstração, acesse.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.