A gestora de recursos Pátria Investimentos deu um passo importante para figurar entre as líderes em investimentos imobiliários ao vencer a corrida pela aquisição da gestora de fundos do Credit Suisse no setor. Com isso, seu portfólio de ativos imobiliários vai subir para a faixa dos R$ 20 bilhões, tornando-a uma das principais investidoras do segmento no País.
A compra do braço do Credit abrange oito fundos imobiliários, com R$ 12 bilhões em ativos sob gestão, além do reconhecido time de gestores da casa. O negócio foi firmado em US$ 160 milhões (R$ 780 milhões pelo câmbio de hoje), de acordo com fontes. O pacote inclui o CSHG Logística (HGLG11), maior fundo de galpões listado em Bolsa, com patrimônio de R$ 5,2 bilhões e 400 mil cotistas.
Ano passado, a Pátria comprou a VBI Real Estate, uma das principais gestoras independentes do setor imobiliário no Brasil, com R$ 8 bilhões em ativos no portfólio. Entram aí fundos de shoppings, escritórios, galpões, moradia estudantil e crédito. A Coluna apurou que a Pátria também tentou comprar uma participação majoritária na Hedge Investimentos, mas o negócio não prosperou por falta de entendimento entre as partes sobre o tamanho da fatia em jogo.
Companhia virou multinacional de porte nos últimos anos
A Pátria transformou-se em uma gigante multinacional nos últimos anos, porém, mais voltada para o “private equity” (investimento direto em empresas) nas áreas de infraestrutura e telecomunicações, por exemplo, enquanto o setor imobiliário representava uma fatia menor dos negócios consolidados até então.
A gestora é dona da loteadora Alphaville Urbanismo e da empresa de armazenagem Guardeaqui. Além disso, ficou marcada pelo desastre com o fundo criado para desenvolver shopping centers da Tenco, que acabou liquidado com prejuízo e forçando os cotistas a fazer aporte adicional para encerrar o projeto.
Na visão de fontes de mercado, a compra da gestora de fundos imobiliários do Credit Suisse serve para colocar a Pátria entre as lideranças do mercado. Esse processo despertou o interesse de todas as grandes gestoras do segmento, entre elas, BTG Pactual, Vinci Partners, Jive, XP, Hedge, RBR e SPX. Sobraram apenas Pátria e Vinci na reta final de ofertas vinculantes.
Faltou fôlego para as concorrentes
As demais desistiram de seguir na disputa porque não tiveram fôlego para assinar um cheque do tamanho do almejado pelo Credit, ou porque entenderam que não valia a pena fazer tal aquisição em comparação com a oportunidade de abrirem fundos imobiliários por conta própria.
Do lado do Credit, a história já é bem conhecida. O processo de venda da sua gestora de fundos foi aberto em meados de 2022 em meio à crise do banco suíço, que precisou ser socorrido pelo governo e acabou vendido lá fora para o UBS. A venda da gestora por aqui representa um enxugamento das operações. Procurada, a Pátria não comentou.
Este texto foi publicado no Broadcast no dia 01/12/23, às 17h26
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