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Bastidores do mundo dos negócios

Patria Investimentos contrata Itaú BBA para vender térmica Marlim Azul

Gestora tem 50,1% de participação na Arke Energia, controladora da usina de Macaé (RJ)

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O empreendimento foi inaugurado em 2023 e teve investimentos iniciais de US$ 500 milhões Foto: Usina Marlim Azul em Macaé

O Itaú BBA foi contratado para vender a participação de 50,1% da gestora Patria Investimentos na Arke Energia, controladora da termelétrica Marlim Azul. Inaugurada no final de 2023, a usina recebeu inicialmente US$ 500 milhões em investimentos. As conversas com potenciais compradores estão avançadas e a perspectiva é que o negócio seja fechado este ano, disseram à Coluna do Broadcast fontes a par da operação.

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A participação do Patria na Arke Energia foi viabilizada por meio do Patria III, criado em 2015 com prazo de 12 anos. Agora, passados dez anos da constituição do fundo, a gestora quer colocar o ativo em sua estratégia de reciclagem de portfólio, e visa reinvestir os recursos em outros projetos com prazos mais longos de retorno. Além do Patria, são sócios na Arke Energia as empresas Shell, com 29,1%, e a Mitsubishi Hitachi Power America (MHPS), com 20%. Por ora, a venda é somente da participação do Patria.

Marlim Azul foi contatada no leilão de energia realizado em 2017 pelo preço de R$ 85,00 por megawatt-hora (MWh). A usina opera por inflexibilidade no período chuvoso, entre novembro e maio, ou seja, tem operação garantida independente das condições hidrológicas. No restante do ano, pode ser acionada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para atender as necessidades do sistema conforme a necessidade. A usina fica em Macaé, no Rio de Janeiro, e utiliza 100% de gás natural do pré-sal.

Gestora quer promover rotação de portfólio

A Coluna apurou também que, além da venda da termelétrica, o Patria quer promover em 2025 uma rotação de ativos em seu portfólio de energia, como é comum em fundos de participação. Entre as potenciais vendas estão usinas eólicas e solares da Essentia, braço da gestora de investimentos em geração renovável.

Por outro lado, o Patria analisa também oportunidades de investimentos no segmento de baterias, por meio do leilão que o governo pretende fazer no próximo ano. De acordo com as fontes ouvidas, essa área deve crescer nos próximos anos, na esteira das energias renováveis intermitentes, e pode ser uma alternativa para reduzir o impacto dos cortes de geração por restrições sistêmicas, o chamado curtailment.

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Plano inicial era expandir

Quando foi a Arke Energia foi constituída, o plano inicial era a expansão do negócio por meio da construção de uma segunda termelétrica. No entanto, com a possível mudança no quadro societário e à espera de um novo leilão para contratação desse empreendimento, o projeto foi engavetado.

A avaliação dos sócios é que o negócio se viabilizará somente quando houver uma retomada do preço da energia, hoje considerado baixo. Outro entrave para a expansão é o espaço em gasodutos para trazer mais gás do pré-sal.

Em café da manhã com jornalistas ontem, 7, o presidente da Shell no Brasil, Cristiano Pinto da Costa, não abordou eventual mudança no quadro de sócios de Marlim Azul, mas afirmou que a petroleira não tem intenção de expandir a termelétrica. Sobre o antigo interesse de sócios na expansão, como o próprio Patria, Pinto da Costa disse que não fala por eles, mas recomendou que sejam questionados a respeito, indicando que essa posição pode ter mudado em função do contexto atual do mercado ou eventuais planos de venda de participação.

Procurados, o Pátria e o Itaú BBA não comentaram. A MHPS não retornou até a publicação desta nota.


Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 08/01/2025, às 16:37.

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