Em tempos de ataques a embarcações no Oriente Médio, as rotas marítimas da América Latina estão entre as mais seguras do mundo, aponta estudo da Allianz Commercial. No ano passado, de 26 navios perdidos no mundo, só um foi nas costas latinas. Ao mesmo tempo, o documento alerta para o aumento dos efeitos climáticos na região, como o El Niño, que provocou uma seca histórica no Canal do Panamá, dificultando a passagem de embarcações.
A falta de chuvas e os fenômenos climáticos contribuíram para que 2023 fosse classificado como o segundo ano mais seco nos 110 anos de história do canal do Panamá. O baixo nível da água fez com que o trânsito marítimo em fevereiro de 2024 caísse pela metade, o que custa milhões de dólares aos transportadores. Atualmente, cerca de 5% do comércio marítimo mundial e 40% do tráfego de contêineres dos Estados Unidos passam pelo Canal do Panamá.
O estudo aponta que há 30 anos, a frota de transporte global perdia cerca de 200 grandes embarcações por ano. Mas esse número caiu para 26 em 2023, uma redução de mais de um terço em relação a 2022 e de 70% na última década. Mas com o aumento das guerras e dos efeitos climáticos, a Allianz alerta que os riscos e vulnerabilidades aumentaram. Mais de 100 navios já foram alvo de ataques de militantes houthis, no Mar Vermelho.
Pirataria em ascensão
“Conflitos como os de Gaza e Ucrânia estão remodelando o transporte marítimo global. A pirataria está em ascensão, com uma preocupante reemergência ao largo do Chifre da África. A interrupção contínua causada pela seca no Canal do Panamá mostra como as mudanças climáticas estão afetando”, comenta no relatório o capitão Rahul Khanna, chefe global de consultoria de riscos Marítimos da Allianz Commercial.
Este texto foi publicado no Broadcast no dia 23/05/24, às 16h19
O Broadcast+ é uma plataforma líder no mercado financeiro com notícias e cotações em tempo real, além de análises e outras funcionalidades para auxiliar na tomada de decisão.
Para saber mais sobre o Broadcast+ e solicitar uma demonstração, acesse.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.