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Saneamento e rodovias devem ganhar espaço na demanda da indústria de cimento em 2023

Isso deve ocorrer graças ao início das obras de concessões contratadas nos últimos anos, avalia o SNIC

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Comunidade do Boi, no Itaim Paulista, zona leste da capital paulista, convive com falta de saneamento Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO

Com a expectativa de início das obras de concessões de infraestrutura contratadas nos últimos anos, o setor de saneamento deve ganhar mais espaço na demanda da indústria de cimento em 2023, avalia o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), Paulo Camillo Penna. Paralelamente, o uso do insumo na pavimentação de rodovias também deve crescer.

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“Temos mais de R$ 50 bilhões em contratos de saneamento assinados no País, mas as obras efetivamente só começam depois de uns três anos (da assinatura). A partir do segundo semestre de 2023 e em 2024, teremos mais aplicação de cimento no setor de água e esgoto”, disse o dirigente em entrevista ao Broadcast.

Ele acrescentou que o setor de rodovias vem retomando o uso de cimento em substituição ao asfalto. “O custo de implantação é menor e sua utilização tem se mostrado mais interessante”, destacou.

Segmento imobiliário deve se manter na liderança do consumo

Embora saneamento e rodovias ganhem espaço na carteira das cimenteiras, o segmento imobiliário residencial deve continuar protagonizando a demanda em 2023, com metade do consumo da indústria.

Para 2023, o SNIC projeta um crescimento aproximado de 1% das vendas de cimento, para cerca de 64 milhões de toneladas. Segundo a entidade, a perspectiva é de incertezas à frente, com o ambiente externo ainda impactado pela guerra na Ucrânia e o cenário global afetado por taxas de juros mais altas. No Brasil, os riscos estão relacionados à elevada taxa de juros, endividamento das famílias, recuperação dos salários e situação fiscal do País.

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“Ainda temos um déficit habitacional no País de 5,9 milhões de moradias. Esse talvez seja o ponto que nos leva a imaginar que, em 2023, poderemos ter algum crescimento da indústria de cimento, em função do desejo anunciado pelo governo (federal) de investir nesse setor”, afirmou Penna.

Outra bandeira levantada pela equipe econômica do governo eleito, a da reforma tributária, é vista como um ponto de extrema importância pela entidade. “É inaceitável que continuemos a manter um sistema tributário absolutamente insano. (A reforma tributária) vem em ótima hora”, salientou o dirigente.

Vendas do insumo recuaram 2,8% no ano passado

As vendas de cimento em 2022 totalizaram 63,1 milhões de toneladas, uma retração de 2,8% sobre o ano anterior. Em dezembro, a comercialização do insumo somou 4,5 milhões de toneladas, queda de 6,3% na comparação anual.

“Mesmo com a retomada do emprego, os salários não acompanharam ao longo do ano. O aumento da inflação impactou o poder de compra do consumidor”, disseo presidente do SNIC. As regiões Norte e Centro-Oeste foram as únicas a apresentar crescimento em 2022 - ambas de 1,6% -, impulsionadas principalmente pela expansão imobiliária e autoconstrução - diferentemente das demais, que amargaram quedas consideráveis: Nordeste (-4,6%), Sudeste (-3,6%) e Sul (-2%).


Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 10/01/2023, às 19h07

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