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Bastidores do mundo dos negócios

Shein cita Brasil em Londres, mas fica sem responder sobre IPO e algodão

Representante da empresa de moda falou em comissão do Parlamento inglês

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Porta-voz disse que os fornecedores da Shein estão baseados na Turquia, no Brasil 'e obviamente muitos deles estão na China' Foto: Taba Benedicto/Estadão - 01/06/2023

Na primeira oportunidade que a gigante de modas Shein teve para falar em uma comissão do Parlamento em Londres sobre suas práticas, a empresa não agradou e, segundo os relatos, deixou parlamentares “horrorizados”. Ao ser indagada, citou fornecedores no Brasil, mas não respondeu a perguntas feitas pelos legisladores, principalmente sobre a origem do algodão que usa em suas roupas, e sobre os planos para uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Inglaterra, que pode ser uma das maiores do mundo este ano.

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A representante da Shein para Europa, Oriente Médio e África, Yinan Zhu, afirmou nesta terça-feira, 7, diante dos parlamentares não estar apta a responder questões sobre o IPO. Sobre os fornecedores, ressaltou que “estão baseados na China, na Turquia e no Brasil, e obviamente muitos deles estão na China”, mas sem entrar em mais detalhes. A executiva sugeriu passar respostas por escrito para os parlamentares.

Em um momento que Londres perde empresas listadas na bolsa local para Nova York, o IPO da Shein daria um gás importante para o mercado de ações na Inglaterra, ressalta o analista da AJ Bell, Danni Hewson. Ao mesmo tempo, as questões sobre suas práticas e fornecedores, e o temor, por exemplo, das condições de trabalho que enfrentam na China, preocupam investidores, como já ocorreu quando o plano era se listar em Wall Street. “Para uma empresa que está tentando abrir capital na Bolsa de Valores de Londres, o comitê ficou bastante horrorizado com a falta de evidências que a Shein forneceu hoje”, disse a presidente do grupo no Parlamento, Liam Byrne, conforme a imprensa inglesa.

Marca já enfrentou questionamentos semelhantes

“A aparição de hoje diante dos parlamentares sugere que a Shein precisará trabalhar mais duro se quiser fornecer respostas confiáveis para perguntas difíceis”, diz o analista da AJ Bell. São perguntas, afirma, que não são difíceis de imaginar que seriam feitas, sobretudo porque a companhia já enfrentou questionamentos semelhantes antes, inclusive por deputados e senadores em Washington, quando tentou fazer o IPO em Nova York. “Existem muitas pessoas [em Londres] que se sentem desconfortáveis com a perspectiva de estender o tapete de boas-vindas para uma empresa que tem sido desprezada do outro lado do Atlântico.

A Shein, fundada na China, em 2012, revolucionou a indústria da moda mundial com suas roupas ultra baratas, tornando-se uma das marcas de mais populares do mundo, Brasil incluído. Para se dissociar da China, a empresa mudou sua sede para Cingapura. Em junho do ano passado, segundo relatos do The Wall Street Journal, entrou com pedido confidencial para um IPO em Londres. A estratégia ocorreu após órgãos reguladores dos EUA não aceitarem o mesmo pedido, exigindo documentos públicos. Procurada, a Shein ainda não comentou até a publicação desta nota.

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Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 07/01/2025, às 16:27.

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