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Bastidores do mundo dos negócios

Transpetro deve ter primeira parceria com porto privado, em complexo no ES

Objetivo é expandir operações de transbordo de petróleo e derivados entre navios

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Obras do empreendimento da Imetame no ES; projeto prevê 10 berços de atracação Foto: Divulgação/Grupo Imetame

Rio - A Transpetro está prestes a embarcar na primeira parceira direta com um porto privado, no Espírito Santo. A subsidiária de transporte da Petrobras assinou com a Imetame um memorando de entendimentos para avaliar o arrendamento de dois berços no Complexo Portuário Multiuso da empresa que está sendo construído em Aracruz. O objetivo é expandir suas operações de transbordo de petróleo e derivados entre navios (ship to ship) a partir do Estado localizado no centro da costa brasileira.

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De acordo com o gerente executivo de Desenvolvimento de Novos Negócios e Comercialização da Transpetro, Gustavo Rosindo, a estatal vem buscando a diversificação e fechou 2023 com R$ 600 milhões em novos negócios. No ano passado, foram mais R$ 500 milhões. “Essa é a orientação que a gente tem, de buscar novos negócios. Essa é uma oportunidade que nós temos a intenção, se tudo correr bem nos estudos mais aprofundados, de concretizar essa parceria com a Imetame”, disse Rosindo à Coluna do Broadcast.

Se a parceria for confirmada, o que deve ocorrer até o final do primeiro semestre deste ano, a Transpetro pretende expandir as soluções logísticas a partir do Estado, que tem uma posição estratégica, próxima das bacias de Campos, Santos e do Espírito Santo. A Transpetro é responsável por 70% das operações de transbordo de petróleo e derivados no Brasil. Em 2023, foram realizadas 872 operações, movimentando 44 milhões de metros cúbicos, e em 2024 houve um crescimento de 7,6%, para 939 operações.

Negócio será apresentado ao mercado

O acordo entre as empresas já passou pelas fases de avaliação técnica do empreendimento e negociação das bases comerciais. As etapas seguintes contemplam a apresentação da solução logística ao mercado e serão conduzidas ao longo dos próximos meses.

Segundo Rosindo, as operações de transbordo reduzem o custo logístico porque diminuem o tempo de espera nos terminais portuários e possibilita a consolidação em navios de grande porte, abatendo também os custos de exportação. “Você ganha também cerca de uma eficiência de 30% no custo do transporte marítimo, porque você consolida isso em navios de maior porte para fazer uma rota de longo curso. Em especial, essa operação com a Imetame traz um interesse da Transpetro em concretizar esse estudo e poder avançar, porque a gente acompanha o crescimento não só da Petrobras, de produção de petróleo, como também de outros operadores que estão no Brasil”, explicou.

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Porto recebe investimentos de R$ 2,7 bi

As obras do Complexo Portuário Multiuso da Imetame, o primeiro da empresa, começaram em 2021. O projeto prevê 10 berços distribuídos para contêineres, carga geral, grãos, granéis líquidos e granéis sólidos. As obras do terminal de contêineres estão “a pleno vapor e dentro do cronograma”, segundo o CEO Imetame Logística Porto, Gilson Pereira, que prevê o início da operação para 2026. Nesse terminal estão sendo investidos R$ 2,7 bilhões, mas ainda não há estimativa para a parte que interessa a Transpetro, de granéis líquidos, que incluem petróleo, diesel, gasolina, GLP, nafta e óleo combustível.

A partir do terminal, a Transpetro poderá atender também o Norte e o Sul do País por cabotagem. Se o acordo for fechado, a previsão é de que as obras se iniciem em 2026 e o terminal entre em operação a partir de 2028.

“Sendo um Porto Multipropósito, ele assume um papel de grande relevância para o comércio exterior brasileiro. Ele é um porto que tem algumas características bastante interessantes, tem profundidade (calado) de 17 metros, que é uma coisa bastante relevante diante da limitação dos portos do Brasil”, disse Pereira, ressaltando que depois, para operações futuras, está previsto o aumento dessa profundidade até 25 metros. Para efeito de comparação, o Porto de Santos, o maior da América Latina, tem calado de 14,5 metros, segundo o executivo.

Na primeira fase do acordo com a Transpetro, a infraestrutura atenderá embarcações da classe Suezmax, com capacidade de 1 milhão de barris. Na segunda fase, o berço estará apto a receber navios VLCC (Very Large Crude Carrier), com capacidade de 2 milhões de barris e profundidade de 25 metros. O empreendimento será vizinho ao Terminal de Barra do Riacho (TABR), operado pela Transpetro para transporte de GLP. “A expectativa a partir desse memorando com a Transpetro é a gente consolidar as negociações ao longo de 2025 e iniciar as obras do terminal de granel líquido em 2026, o que vai depender do andamento das análises com a Transpetro”, concluiu Pereira.


Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 08/01/2025, às 15:59.

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