
Após os recordes históricos de 2024 na emissão de renda fixa, bancos acreditam que este ano vai ser um pouco mais fraco e alguns chegam a prever queda de até 40%. O UBS está menos pessimista e acredita que as captações vão encolher menos, entre 10% a 20%. Já para as operações no mercado externo a previsão é de melhora, com cerca de 30 emissões lá fora este ano, podendo movimentar de US$ 25 bilhões a US$ 30 bilhões, acima dos US$ 23 bilhões do ano passado, em movimento estimulado pela acomodação das taxas de juros nas últimas semanas lá fora. O Bradesco, por exemplo, captou no exterior com taxa aos investidores de 6,7% em janeiro, e em fevereiro captou novamente a 6%.
Para o responsável pelo banco de investimento do UBS BB, Anderson Brito, além dos recordes de 2024, e do crescimento relevante das ofertas no ano passado, os juros estão mais altos este ano no Brasil, o que encarece operações locais. “Mesmo assim, estão vindo coisas grandes em debêntures este ano, de R$ 1 bilhão, R$ 2 bilhões”, disse ele. Entre elas, o Boticário aprovou uma captação de R$ 1,5 bilhão em debêntures, e as empresas de energia Copel, Engie e Cemig vão fazer emissões de R$ 2 bilhões cada uma, enquanto a Rumo deve lançar R$ 1,8 bilhão. No ano passado, só em debêntures, as empresas captaram R$ 473 bilhões, crescimento de 100%.
Entre as razões para maior otimismo na renda fixa no UBS, Brito ressalta que, como o grupo suíço tem a parceria com o Banco do Brasil no UBS BB, consegue enxergar mais oportunidades no agronegócio, e a perspectiva para este ano é de safra mais relevante, o que pode estimular captações pelo setor. Além disso, o UBS conseguiu volume maior de garantia firme do BB para absorver operações de renda fixa no balanço.
Fusões e aquisições podem crescer 10%
Nas fusões e aquisições, a perspectiva do UBS é de crescimento na casa dos 10% este ano. Em 2024 foram US$ 45 bilhões em operações acima de US$ 100 milhões, o volume de transações que interessa para os grandes bancos da Faria Lima. O ano mais forte até agora foi 2021, que superou os US$ 90 bilhões, estimulado pelo rearranjo dos negócios provocados pela pandemia.
Se há otimismo com fusões e menos pessimismo com renda fixa no UBS, com a renda variável a expectativa é de mais um ano fraco. Algumas ofertas subsequentes de ações (follow-ons) podem acontecer ao longo do ano, ressalta Brito, sobretudo de empresas que estão sendo negociadas com preços em alta na B3, que são poucas, ou aquelas que precisam captar por alguma urgência, como para reduzir dívidas, e aceitam fazer a oferta a cotações perto das mínimas.
Ofertas iniciais de ações (IPO, em inglês), porém, podem vir só no final do segundo semestre, a depender do cenário, com o mercado antecipando as discussões para as eleições de 2026.
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 14/03/2025, às 11:14.
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