A Valora Investimentos estima que o Brasil vai demandar mais de R$ 700 bilhões em novos projetos de infraestrutura até 2027, e esse dinheiro só será alcançado em um esforço conjunto entre capital público e privado. E, para a captação no mercado de capitais, a expectativa segue positiva, mesmo em meio ao cenário macroeconômico desafiador, segundo a gestora. A Valora, inclusive, trabalha para surfar o que chama de “superciclo”. O fundo VGIE11 tem R$ 500 milhões de patrimônio líquido (PL) e plano de crescer, com o intuito de aproveitar as oportunidades e diversificar o portfólio.
“O ano de 2024 foi super importante para infraestrutura, pois foi quando houve o maior investimento em infraestrutura em 15 anos, com destaque para um maior volume de investimentos privados. E isso não é coincidência. Vem pela trajetória que o setor teve ao longo dos últimos anos, assim como uma maturidade maior tanto do ente público quanto do privado”, afirmou Cristina Tamaso, gestora de infraestrutura da Valora, em entrevista ao Broadcast.
Do lado público, Tamaso diz que há maior entendimento do poder multiplicador da infraestrutura, o que levou à melhora de processos de licitação e busca por melhor definição de arcabouço jurídico e regulatório, por exemplo. Do lado privado, há maior compreensão e confiança de investidores sobre o setor de infraestrutura. “Isso culminou em um ano de 2024 muito importante”, reforça a gestora, destacando dados da Associação Brasileira das Indústrias de Base (ABDIB) que mostram que foi investido 2,22% do Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura no Brasil, cerca de R$ 259,3 bilhões. Aproximadamente R$ 197 bilhões vieram de investimentos privados.
Ano de 2025 também deve ter volume alto
Tamaso observa que 2025 deve continuar desafiador para a economia, especialmente pela preocupação do mercado em relação à questão fiscal, mas ela avalia que agora o investidor já olha para infraestrutura como algo para o longo prazo, o que deve trazer também neste ano um alto volume de investimentos no setor.
Os dados mais recentes da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram que, no acumulado de 2024 até novembro, a emissão de debêntures incentivadas, que são voltadas ao setor de infraestrutura, atingiu R$ 120,3 bilhões, resultado que consolida o ano como o melhor da série histórica. O crescimento ante todo o ano de 2023 foi de 77,4%.
“Estamos em um período de mudança de patamar na infraestrutura. Ainda vamos viver momentos de altos e baixos. Faz parte. Mas acho que agora as oscilações estarão em um patamar maior de investimentos ao longo do tempo”, afirma Tamaso.
Empresa quer aumentar captação
Em vista desse movimento, a Valora vem trabalhando desde 2022 no crescimento de seu carro-chefe, o VGIE11, um fundo de investimento em participações (FIP) em infraestrutura. Atualmente, o FIP possui alocação em geração solar, telecomunicações, iluminação pública e saneamento básico, com 19 projetos financiados. O objetivo da gestora é aumentar a captação para diversificar tanto em subsetores quanto em projetos de infraestrutura. Em breve, a gestora espera ir a mercado para um novo follow on, emissão subsequente de cotas do fundo.
Tamaso destaca interesse no segmento de biogás e biocombustíveis. “É um setor relativamente novo, que ainda tem incertezas na parte regulatória, mas está crescendo muito em número de projetos interessantes, com um apelo ambiental muito legal”, afirma a gestora. Iluminação pública, telecomunicações e saneamento básico seguem no radar.
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 14/01/2025, às 11:31.
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