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Bastidores do mundo dos negócios

Varejo de construção revê modelo ‘bairro’, fecha lojas e reduz planos

Telhanorte e Leroy Merlin redesenham estratégia para lojas de proximidade

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Foto do author Talita Nascimento
Varejo de construção teve queda de 8,9% no acumulado de janeiro a novembro de 2022, segundo o IBGE  Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO

Passado um período de bonança vivido na fase da pandemia, as grandes redes de varejo de material de construção agora reavaliam a sustentabilidade dos projetos num cenário menos favorável. O potencial do modelo das chamadas lojas de bairros foi colocado no divã num momento de rearranjo de forças no setor, em que nomes tradicionais tentam negociar suas operações. Em processo de venda, a Telhanorte, do grupo francês Saint Gobain, decidiu fechar unidades nesse formato e redesenhar a estratégia. A francesa Leroy Merlin também pisou no freio e reduziu a sua ambição para o formato. Num contexto de juros em alta e inflação, o varejo de material de construção amarga uma queda de 8,9% no acumulado de janeiro a novembro de 2022, segundo dados mais recentes do IBGE.

Telhanorte enxugou formato para 3 unidades

O projeto da Telhanorte de abertura de lojas de proximidade foi iniciado em 2020 e chegou a oito unidades na cidade São Paulo. Agora, são apenas três pontos na capital paulista. A empresa afirmou que a bandeira de bairro passa por um reposicionamento.

Leroy Merlin previa abrir 150 lojas

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A Leroy Merlin chegou a anunciar, em maio do ano passado, um plano para investir R$ 1 bilhão em 150 lojas com foco em compra rápida até 2024. Em setembro, informou, sem especificar o formato, a abertura de 15 lojas nesse período. Procurada agora pela Coluna, a companhia afirma que prevê 15 aberturas até 2024, entre os diversos formatos.

“Hoje, com análises de mercado e com o cenário macroeconômico, a Leroy Merlin tem a possibilidade de inaugurar, até 2024, 15 novas unidades em diferentes formatos, que vão representar um crescimento de 32% em relação ao que tem hoje reforçando a presença nacional”, afirmou a companhia em nota.

Formato exige alta capilaridade

A Telhanorte informou em nota que “a bandeira de lojas de proximidade passa por um reposicionamento e que a diversificação de modelos é justamente um dos pilares do plano de expansão para 2023″. A empresa acrescentou ainda que essa adequação não tem qualquer relação com os planos de negócios do homecenter tradicional.

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Para Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), o formato de proximidade exige alta capilaridade para se tornar rentável. Além disso, nesse segmento as lojas de bairro nem sempre conseguem atingir uma precificação que esteja à altura dos custos de operação.

Como mostrou o Broadcast em novembro, a Telhanorte e a concorrente C&C, da família do banqueiro Aloysio Faria, estão em busca de um comprador. Para a primeira, a possibilidade de venda está ligada ao fato de o varejo não ser o foco da Saint Gobain. A Telhanorte é uma das maiores do setor, com mais de 70 unidades (incluindo também a marca Tumelero).

No caso da C&C, a possível venda se relaciona mais a questões da sucessão do negócio - problema comum em empresas familiares. Nem a Saint Gobain, nem a C&C comentaram as informações de tentativa de venda à época. (Colaborou Alda do Amaral Rocha)


Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 11/01/2023

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