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Bastidores do mundo dos negócios

Venda de Natural da Terra e Uni.co ainda está no radar da Americanas

Empresa suspendeu o processo, mas não desistiu de se desfazer das duas marcas

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Foto do author Talita Nascimento
A Americanas cogitou a venda do Natural da Terra por cerca de R$ 1 bilhão, mas as propostas foram mais baixas Foto: Bruno Creste/Pietro Varoli - 10/11/2022

A Americanas suspendeu o processo de venda do Hortifruti Natural da Terra e da Uni.co ainda no ano passado e afirmou, em fato relevante, não ter planos de retomar o procedimento no curto prazo. Isso não significa, porém, que a companhia pretenda manter os negócios dentro da varejista em recuperação judicial. O Broadcast apurou que, internamente, o consenso é de que nenhum dos dois faz sentido na visão de futuro da Americanas.

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A empresa já não estaria apegada ao valor histórico dos ativos, de acordo com fontes. A Americanas comprou 70% da Uni.co, dona da Imaginarium, por um valor não revelado, em 2021. Neste ano, a companhia comprou os 30% restantes por R$ 106,9 milhões. Já o Hortifruti custou R$ 2,1 bilhões, na aquisição, em 2021.

Segundo a apuração do Broadcast, a companhia cogitava a venda do Hortifruti por até metade do valor: cerca de R$ 1 bilhão, mas as propostas que chegaram à varejista foram mais baixas que isso. “Acharam que era uma liquidação”, disse uma pessoa próxima às negociações que garante que não há uma meta de recuperação do valor pago por parte da varejista.

Empréstimo garantiu operação

O entendimento do mercado teria sido de que a Americanas precisava da venda para garantir suas operações funcionando. No entanto, o DIP (sigla da expressão em inglês para debtor in possession, empréstimo específico para financiar empresas em recuperação judicial), feito pelos acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, garantiu a operação da companhia. Logo, a companhia não aceitou os valores oferecidos pelo Hortifruti por julgar baixos demais.

Assim, a venda hoje é pensada muito mais por uma questão de estratégia do que de alívio financeiro, visto que a companhia terá, em breve, um aumento de capital de R$ 24 bilhões. Já quando se pensa na gestão do negócio, que ainda tem o desafio de tornar o comércio eletrônico de estoque próprio relevante, mantendo a rentabilidade, ter de tomar conta de um hortifruti e de uma rede de franquias não parece o melhor caminho.

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Procurada, a companhia disse não comentar números ou rumores de mercado a respeito desses ativos, mas a CFO do grupo, Camille Faria, afirmou ao Broadcast que a Americanas não tem obrigação de vender as duas unidades de negócio pelo plano de recuperação judicial. “Temos a obrigação de conduzir um processo competitivo dentro de 24 meses da homologação do plano (entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2026). Se esse processo competitivo resultar numa condição econômica que julguemos adequada, iremos em frente”, afirmou.


Este texto foi publicado no Broadcast no dia 17/05/24, às 11h27

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