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Bastidores do mundo dos negócios

WeWork no Brasil contrata assessores para renegociar dívidas

Empresa deixou de pagar aluguéis para os prédios onde funcionam as suas unidades

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A WeWork contratou assessores para discutir renegociação de dívidas com credores Foto: Kate Munsch/Reuters

Em dificuldades financeiras ao redor do mundo, a WeWork no Brasil está avaliando alternativas para reestruturar os negócios e não se descarta a possibilidade de uma recuperação judicial. A Coluna apurou que parte dos credores já foram avisados que as conversas para renegociação de dívidas começarão nos próximos dias, possivelmente ainda nesta semana. A WeWork contratou o escritório Galdino Advogados como assessor jurídico e trata com a consultoria Alvarez & Marsal para atuar na parte financeira, segundo fontes.

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A WeWork já foi uma das startups mais reluzentes do mundo, com valor de mercado de US$ 47 bilhões, mas entrou em declínio pela dificuldade de consolidar o seu modelo de negócios de escritórios compartilhados. A pandemia e a popularização do expediente em casa também afetaram o seu fluxo de clientes.

Por aqui, a empresa deixou de pagar aluguéis de maio e junho para os prédios corporativos onde funcionam as suas unidades. O caso ficou público nas últimas semanas, quando os fundos proprietários desses prédios comunicaram seus cotistas sobre a inadimplência.

Ao menos cinco fundos imobiliários relataram a ausência do pagamento: Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11), Santander Renda de Aluguéis (SARE11), Torre Norte (TRNT11), Valora Renda Imobiliária (VGRI11) e Vinci Offices (VINO11). Juntos, esses fundos têm mais de 200 mil cotistas.

A Coluna apurou que o aluguel segue em aberto, e os advogados dos fundos já estavam se movimentando para reaver os valores ou pedir o despejo da companhia. Esses fundos são donos de pontos comerciais importantes, em pontos nobres, onde o aluguel tem um valor relevante. É o caso do Centro Empresarial Nações Unidas, na Av. das Nações Unidas, onde a WeWork tem dívida de R$ 1,5 milhão por dois alugueis não pagos.

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Em alguns casos, o não pagamento de aluguel é uma estratégia usada pelas empresas endividadas como uma forma de se preparar para o pedido de recuperação judicial e ganhar um fôlego extra. Isso porque a cobrança e a execução de dívidas são temporariamente paralisadas quando o processo é homologado. Aí, os aluguéis vencidos são jogados no bolo total da dívida que será renegociada com os credores. Segundo uma fonte, conversas da WeWork com bancos credores para tentar renegociar as dívidas estão previstas para os próximos dias.

Nos Estados Unidos, a WeWork pediu recuperação judicial em novembro do ano passado, com quase US$ 18,6 bilhões em dívidas, e o plano foi aprovado em maio deste ano. A companhia havia dito que as operações nos outros países não seriam impactadas, mas a crise do negócio é global. Segundo um advogado envolvido nas conversas no Brasil, uma opção em análise seria pedir a extensão dos efeitos da recuperação dos EUA na Justiça brasileira.

Aqui, porém, as operações não estão diretamente conectadas à sede norte-americana. Desde 2021, a WeWork no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e México fazem parte de uma joint venture, cuja maior parte das ações pertence ao SoftBank Latin America Fund, e uma parcela menor está na WeWork Inc.

O escritório Galdino e o Softbank não comentaram. A WeWork e a Alvarez & Marsal não deram retorno à Coluna.

Contato: colunabroadcast@estadao.com

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Esta nota foi publicada no Broadcast+ no dia 15/07/2024 às 12h46

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