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Notícias do mundo do agronegócio

Alta do cacau não preocupa indústria de chocolate, que vê consumo aquecido este ano

Segundo projeções, o setor deve crescer 10% em produção e em vendas neste ano

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Atualização:

A perspectiva de demanda aquecida por chocolate este ano tende a amenizar a pressão dos custos para a indústria, sobretudo dos preços do cacau. Nas bolsas lá fora, o valor da amêndoa atingiu máxima histórica, superando os US$ 6 mil/tonelada, com quebra de safra em Gana e Costa do Marfim.

A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) traça um cenário positivo para o setor, com avanço de 10% em produção e em vendas em 2024, diz Jaime Recena, presidente executivo. “A indústria está preparada para acomodar esse tipo de situação”, diz. E a Páscoa sinaliza bons retornos. A produção de chocolates no País fechou 2023 em 805 mil toneladas, e o consumo foi de 3,6 para 3,9 quilos per capita.

Páscoa é termômetro do consumo

Líder no mercado brasileiro de chocolates, a Nestlé prevê crescer 10% em volume de vendas no País nesta Páscoa. Para este ano, a fabricante produziu 13 milhões de unidades de ovos, conta Mariana Marcussi, diretora de marketing de chocolates.

Moagem deve ficar estável

A Associação das Indústrias Processadoras de Cacau prevê de estabilidade a leve crescimento na moagem da amêndoa este ano, para até 220 mil toneladas, após aumento de 7% em 2023. “Precisamos entender ainda se a alta do cacau vai afetar a demanda da indústria e o consumo final”, diz Anna Paula Losi, diretora executiva.

A Abicab prevê crescimento nas vendas da Páscoa de 2024. 08/03/2024 - Foto: Divulgação/Abicab

Ano doce

A Ferrero também está otimista, prevendo crescimento de dois dígitos em receita e volume este ano. Globalmente, a empresa faturou em 2023 17 bilhões de euros. A Páscoa, apesar de ser um grande evento para a marca, que produz, aqui, 400 toneladas de ovos, não trará muita surpresa. A expectativa é de que as vendas fiquem estáveis ou levemente abaixo de 2023. Renato Zanoni, responsável pelas operações comerciais no País, aponta o fato de a data cair no fim do mês, antes de a maior parte da população receber os salários.

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Data especial

Os números ainda estão sendo fechados, mas o Dia Internacional da Mulher repete o bom desempenho dos anos anteriores para a Veiling Holambra, uma das maiores cooperativas de flores do País, com faturamento 9% maior e avanço de 5% em volume, ante os 15 milhões de unidades de 2023. A data representa em torno de 4,5% do faturamento anual, diz Thamara D’Angieri, gerente de marketing. A cooperativa tem 93% dos 450 cooperados no entorno de Holambra (SP) e mais de 1 mil clientes no País.

Em solo paulista

O Grupo Soma Solution, fornecedor de equipamentos industriais para codificação e inspeção de produtos, está investindo R$ 20 milhões na construção de um centro de distribuição e sede em Valinhos (SP), a fim de ampliar uma carteira estimada em mais de 500 frigoríficos. A empresa, de Chapecó (SC), quer estabelecer São Paulo como seu principal mercado. Depois, pretende expandir a presença em Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.

Retomada dos frigórificos

Gustavo Martins, presidente do Soma Solution, conta que o aporte está relacionado à intenção de ampliar a oferta de soluções customizadas para a indústria da carne, que retoma os investimentos em automação após quase paralisá-los na pandemia. A empresa faturou R$ 90 milhões em 2023 e projeta expansão de 20% este ano. A meta até 2028 é dobrar a receita, impulsionada pelo crescimento orgânico.

Expansão

A Agronorte, voltada para a alimentação animal e originação de grãos no Norte e Nordeste, prevê crescer 25% este ano com a originação de 600 mil toneladas de grãos e a produção de 100 mil toneladas de ração. No começo do ano investiu R$ 30 milhões na compra de um armazém em Açailândia (TO) para 35 mil toneladas. Vinícios Carvalho, o diretor, destaca o crescimento dos negócios com a expansão dos portos do Arco Norte: “Ganhamos visibilidade”.

Giro

‘Não há crise generalizada no agro’, diz economista. O economista José Roberto Mendonça de Barros refuta a ideia de crise no agronegócio. Para o sócio da consultoria MB Associados, o setor passa por um momento difícil, o que era esperado em um ano de ciclo baixista de preços, como o atual. “É normal no setor que anos bem-sucedidos sejam precedidos de anos ruins”, afirma.

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Vem aí

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O grupo russo EuroChem, que controla a Fertilizantes Tocantins e a Heringer, inaugura nesta quarta uma fábrica na Serra do Salitre (MG), marcando sua entrada em fosfatados no País.

A produção inicial será de 500 mil toneladas, e deve alcançar em 2025 a marca de 1 milhão de toneladas, ou 15% da produção nacional. /COM AUDRYN KAROLYNE, ISADORA DUARTE, LEANDRO SILVEIRA e VINICIUS GALERA

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