EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Notícias do mundo do agronegócio

Após acessar mercado dos EUA, Agrotools quer virar unicórnio em até dois anos

A agtech, hoje cotada em R$ 500 milhões, é responsável por detectar desmatamento e trabalho escravo, entre outras informações

PUBLICIDADE

Publicidade
Foto do author Coluna  Broadcast Agro
Atualização:

A brasileira Agrotools, plataforma digital de análise de propriedades rurais lançada há 16 anos, começa a atuar também nos Estados Unidos. Com as operações em dólar, considera “bastante realista” a chance de se tornar, em dois anos, um unicórnio (startup avaliada em mais de US$ 1 bilhão). A agtech, hoje cotada em R$ 500 milhões, é responsável por detectar desmatamento e trabalho escravo, entre outras informações utilizadas por cooperativas, varejistas, tradings, bancos e seguradoras. Em 2022, movimentou R$ 100 bilhões em operações do agronegócio e avançou 84% em receita recorrente ante os R$ 130 milhões de 2021. Com a criação de uma estrutura local para a atuação nos Estados Unidos, Sergio Rocha, o CEO, prevê crescer acima desse porcentual em 2023.

Agrotools se especializou em detectar áreas desmatadas e trabalho análogo à escravidão nas propriedades rurais, entre outros dados Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Baixa concorrência deve dar impulso

A Agrotools já fornecia soluções para clientes brasileiros com unidades no exterior, mas agora pretende criar produtos específicos para as agendas socioambientais e de descarbonização dos EUA. O portfólio abrangente é o diferencial ante empresas locais, garante o CEO.

Aquisições também estão no radar

PUBLICIDADE

Rafael Quintella, diretor responsável pela operação norte-americana da Agrotools, diz que a ideia é não ter pressa, mas prevê ainda este ano fechar os primeiros negócios nos EUA. Empresas locais estão no radar para eventuais aquisições. “Vimos oportunidades nas áreas de dados e de sensores remotos”, acrescenta Rocha.

ONLINE NA CHINA. A visita da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) à China na semana passada foi mais um passo para introduzir produtos agropecuários do Brasil no gigante comércio eletrônico do país asiático, conta João José Prieto, coordenador do Ramo Agro da OCB, que representou a instituição por lá. Ele diz que a correlata chinesa, a All China Federation of Supply and Food Cooperatives, tem uma robusta plataforma de vendas online de produtos de seus cooperados e ficou interessada no que os brasileiros podem oferecer.

ARTIGOS DE NICHO. Entre as oportunidades, Prieto cita a comercialização de mel e cafés especiais. “De forma genérica, chegamos a esses dois produtos, mas a pauta ficou bem aberta, pois a China tem uma demanda gigantesca para qualquer tipo de alimento”, afirma. Catálogos em mandarim elaborados pela OCB foram deixados nos encontros, “para eles avaliarem internamente”.

Publicidade

POTÊNCIA MINEIRA. A Nextron, que conecta usinas solares a consumidores para oferecer energia renovável por assinatura, quer atender a 50 mil propriedades rurais de Minas Gerais até o fim de 2024. A meta deriva de uma parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado para oferecer o serviço às quase 600 mil filiadas a preços mais acessíveis. Ivo Pitanguy, CEO da Nextron, diz que a expectativa da startup paulista é chegar a 14 Estados este ano, ante os 7 nos quais atua hoje, e movimentar R$ 300 milhões nas plataformas.

OLHO NO AGRO. A fintech de meios de pagamento p2xPay, ex-Ciacard, com escritórios em São Paulo e Porto Alegre, quer aumentar sua base de clientes do agronegócio de 5% para 15% em 2023. Felipe Andrade, COO da empresa, diz que o agro ajudará a elevar o faturamento neste ano em 60%. “Realizamos transações na China e na Europa para grandes empresas do setor, mas neste ano queremos expandir para pequenas e médias”, afirma. A companhia tem uma carteira com mais de 500 clientes, de diferentes segmentos.

MAIS PERTO. Para ter esse aumento na carteira de clientes agro, a fintech abrirá, no fim de abril, um escritório em Pederneiras, no interior paulista, com o objetivo de se aproximar do agro. “A cidade está perto do norte do Paraná e de lá acessaremos também Mato Grosso do Sul e Mato Grosso”, diz Andrade. Ele garante que, entre as metas da companhia, está atuar para atender ao setor e se aproximar de possíveis clientes. A p2xPay não divulgou o faturamento que teve em 2022.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.