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Beckhauser cresce com habilitações de frigoríficos para exportação

Beckhauser espera que, com a alta da arroba, vendas de troncos de contenção para fazendas tenham melhor desempenho em 2025

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O interesse dos frigoríficos por equipamentos de contenção de bovinos este ano surpreendeu a Beckhauser. Se no início de 2024 a perspectiva da fabricante de Maringá (PR) era crescer 6% em faturamento neste nicho, houve um salto de 250%, para R$ 6 milhões.

Equipamento de contenção de bovinos fabricado pela Beckhauser, empresa do Paraná Foto: Divulgação / Beckhauser

Mariana Beckheuser, a CEO, atribui o desempenho às várias habilitações de frigoríficos para exportação de carne bovina. “Nosso equipamento de contenção de bovinos para insensibilização antes do abate, que privilegia a ergonomia e o bem-estar animal, foi muito demandado”, conta. “Já havia uma alta expectativa de vendas nesse segmento, incrementada com a entrada de abatedouros de menor porte na lista de exportadores, além dos grandes, que já são nossos clientes.”

Antes da porteira

Quanto às vendas de equipamentos de contenção de bovinos nas fazendas, de onde sai o grosso do faturamento, elas só começaram a reagir no 2.º semestre, diz a CEO. Beckheuser espera que o ciclo de alta da arroba garanta um desempenho 30% maior, de R$ 60 milhões.

Respeito às normas

Embora 2024 tenha sido um ano “fora da curva”, para 2025 Beckheuser acredita em novo avanço nas vendas a frigoríficos. Nem tanto pelas exportações de carne, mas pela entrada em vigor da IN 364, do Ministério da Agricultura. “Ela traz exigências de ergonomia nos abatedouros; temos equipamentos que atendem às normas”, diz.

Quem ganha

Os setores de alimentos e a agropecuária serão os maiores beneficiados pelo acordo Mercosul-União Europeia, na avaliação do Santander. O banco prevê aumento de 4,8% nas exportações brasileiras para o bloco entre 2024 e 2040. Já a produção doméstica deve crescer 2%, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Alimentos diversos (+23,9%), carnes suína e de aves (+19,7%), bebidas e tabaco (+19,5%) e cana-de-açúcar (+18,7%) devem liderar os embarques.

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Oportunidades

Em 2023, alimentos e produtos agrícolas representaram 38,9% dos US$ 46,3 bilhões exportados pelo Brasil à UE. Empresas como JBS, Marfrig e Minerva, que têm 5% da receita com embarques vinda da UE, devem ser favorecidas pelas cotas ampliadas para carnes, avalia o Santander. No setor de grãos, companhias alinhadas às exigências ambientais, como a SLC Agrícola, também devem ganhar com o acordo.

Nada no lixo

A startup Carrot.eco está atraindo empresas interessadas em cumprir metas ambientais e economizar com fertilizantes com uma tecnologia que rastreia resíduos orgânicos desde sua origem até a transformação em fertilizantes. A Carrot.eco usa blockchain para garantir a destinação correta e emitir créditos de reciclagem. “Queremos tornar a compostagem mais barata que os aterros, criando uma economia circular acessível”, diz Ian McKee, CEO. A startup projeta faturar US$ 20 milhões em 2025.

Comprou a ideia

Em parceria com a Carrot.eco, a Tera Ambiental, de Jundiaí (SP), pretende rastrear 170 mil toneladas de resíduos em 2025, conectando recicladores a empresas que exigem comprovação de sustentabilidade. Hoje a Tera transforma em fertilizantes orgânicos 30 mil toneladas de resíduos por ano. A tecnologia blockchain garante a rastreabilidade total e a geração de créditos ambientais, afirma Lívia Baldo, diretora da Tera.

De olho nos EUA

A Biotrop, empresa de insumos biológicos de Curitiba (PR), planeja fincar bases nos Estados Unidos em 2025. Em 2024, inaugurou na Flórida, onde já tem escritório, um laboratório de pesquisa e uma planta piloto de bioinsumos. “Até o fim de 2025 iniciaremos a construção de uma fábrica lá”, conta Antonio Carlos Zem, o CEO. A ideia de investir nos EUA é reduzir custos logísticos e eventuais tarifas impostas pelo governo de Donald Trump.

GIRO: China abre investigação sobre importação de carne

No apagar das luzes de 2024, a China avisou aos fornecedores de carne bovina ao país – incluindo o Brasil – de que abriu uma investigação sobre as importações da proteína, que cresceram 65% entre 2019 e 2023. O governo chinês atende a pedido de associações de pecuária do gigante asiático, que se sentem prejudicados com a concorrência da carne estrangeira.

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VEM AÍ: Cotonicultores preveem 2025 melhor do que 2024

O setor de algodão no Brasil projeta cenário positivo em 2025 após 2024 com demanda fraca. A esperada redução dos juros nos Estados Unidos deve estimular o consumo global. O Brasil prevê safra recorde de 3,7 milhões de toneladas e o setor calcula exportar pelo menos 2,73 milhões de toneladas.

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