Em meio ao aquecido setor de máquinas agrícolas, a Bradesco Seguros prevê crescimento expressivo das receitas com apólices (prêmios) de seguros de equipamentos agrícolas. Deve fechar 2021 com cerca de R$ 153 milhões e 68 mil itens segurados, 30% a mais do que em 2020, e já espera aumento de 31% no ano que vem, para R$ 200 milhões, diz Saint’Clair Lima, diretor da Bradesco Seguros. A campanha dos bancos financiadores de maquinário para que produtores contratem o seguro, a fim de reduzir os riscos e as taxas do empréstimo, é um dos fatores que devem sustentar o resultado. Dentro do Bradesco, o plano é que de 80% a 90% das máquinas financiadas pelo banco em 2023 tenham cobertura da Bradesco Seguros. Hoje, fica entre 50% e 60%.
Melhor precificação para atrair produtor
A seguradora também vai considerar particularidades das máquinas e regiões nos cálculos. Equipamentos para algodão, por exemplo, têm risco maior de incêndio. “Vamos flexibilizar franquias e incluir proteção para roubo e furto na cobertura básica, afirma o diretor.”
Crescimento dentro e fora de casa
Estímulo à manutenção das máquinas, para baratear o seguro, bem como simplificação do sistema de contratação, também devem ajudar a Bradesco Seguros a sair de uma participação de 10% no mercado para equipamentos agrícolas para 20% até 2023. O segmento rural, em 2021, representou 58% da carteira de equipamentos.
Grandes crescem
O avanço do agronegócio no País e a ocupação das áreas com grãos e cana resultou em maior concentração fundiária, aponta o estudo “Produção de Alimentos no Brasil: Geografia, Cronologia e Evolução”, do Imaflora, em parceria com os Institutos Ibirapitanga e Clima e Sociedade e o Grupo de Políticas Públicas da Esalq.
Pequenos desistem
Entre 2006 e 2017 aumentou o tamanho médio das propriedades rurais do País – de 64,5 para 69,2 hectares , ou 7,4% mais. No Sul, a situação é mais aguda, com a área média dos imóveis tendo crescido 21%. Para Vinicius Guidotti, do Imaflora, tal concentração fundiária faz com que os pequenos produtores desistam, também em função da “complexidade da gestão agrícola e do alto custo de tecnologias”.
Estímulo
O Santander deve encerrar 2021 com R$ 17 bilhões concedidos a pequenos e médios agricultores, 21% mais ante 2020. Do total, R$ 7,8 bilhões ou 46% foram emprestados com taxas de juros de mercado, 37% mais do que há um ano, conta Ricardo França, superintendente de Agronegócios. Para 2022, a expectativa é financiar 25% mais para esse público.
LÍDER
A Copersucar se destaca entre as concorrentes: tornou-se neste mês a primeira empresa cujas usinas sócias emitiram 8 milhões de Créditos de Descarbonização (CBIOs). Os títulos são negociados no âmbito do RenovaBio, programa do governo federal de expansão na produção de biocombustíveis. Cada um deles equivale a uma tonelada de carbono que deixou de ser emitida.
Clean
“Queremos reduzir cada vez mais a intensidade de carbono no nosso ecossistema”, diz Bruno Alves, gerente de Sustentabilidade da Copersucar, que tem 34 usinas sócias e 17% de participação no mercado de CBIOs. Oito unidades sócias da Copersucar já conseguiram recertificação no RenovaBio, ou seja, mostraram ganho na eficiência de produção, o que permite um aumento na emissão proporcional de CBIOs.
Ação ESG
A JBS firmou parceria com o Instituto Onça-Pintada para preservar a espécie. A ideia é contribuir com a conservação de 13 milhões de hectares de Cerrado e floresta amazônica, ao longo do Rio Araguaia, que passa por Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Pará. Entre as ações, conta Liège Correia, diretora de Sustentabilidade da Friboi, está a conscientização dos mais de 2 mil produtores da região sobre a importância do animal e a compra de equipamentos para monitorar a população do felino.
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