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Coamo deve fechar o ano com faturamento 5% menor após quebra na safra de grãos

Maior cooperativa agroindustrial da América Latina teve receita recorde de R$ 30,3 bilhões em 2023; grãos em estoque permitiram manter fluxo das vendas e minimizar impacto no desempenho anual

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A Coamo, maior cooperativa agroindustrial da América Latina, prevê faturamento 5% menor este ano, resultado da quebra da safra e da redução dos preços médios das commodities. Em 2023, a receita foi recorde, de R$ 30,3 bilhões. Airton Galinari, presidente executivo, cita a queda de 20% na produção de soja, para 4,8 milhões de toneladas, e de 15% a 20% na colheita de milho, para 2,82 milhões de toneladas, considerando as safras de verão e inverno. Além disso, o volume de trigo, com colheita em andamento, deve cair 40%. “A quebra foi significativa, mas ainda assim conseguimos um resultado satisfatório”, diz à coluna. Ele cita o fato de que a cooperativa tinha grãos em estoque da temporada anterior, o que permitiu manter o fluxo das vendas e minimizar o impacto no desempenho anual.

Cenário de recuperação

A Coamo está otimista em relação à safra 2024/25. De soja, espera voltar a receber dos cooperados 6 milhões de toneladas. “O plantio está dentro da janela (período indicado para evitar riscos), então a perspectiva é boa”, diz Galinari. Não há projeção para o faturamento em 2025.

Maior valor agregado

Está nos planos da Coamo investir R$ 3,5 bilhões até 2026 para elevar a participação da indústria no faturamento, hoje de 10%. Até lá, uma unidade de alimentos será construída, e uma usina de etanol em Campo Mourão (PR). A capacidade de processamento de soja em Dourados (MS) crescerá 25% e a de Paranaguá (PR), 20%.

A Coamo, do Paraná, espera receber 6 milhões de toneladas de soja dos cooperados nesta safra 2024/25, com plantio feito no prazo certo Foto: Divulgacao/Assessoria de Comunicaçcao Coamo

Sem recuo

Produtores rurais já garantiram de 60% a 70% dos defensivos agrícolas da Basf que vão aplicar na safra 2024/25, em fase de plantio. O número considera negócios entre cooperativas, revendas e agricultores, explica Graciela Mognol, diretora de marketing da Basf para a América Latina. Segundo ela, enquanto o volume negociado diretamente com agricultores está em linha com o do ano passado, as vendas de agroquímicos da indústria para o varejo superam os níveis de 2023. Para as revendas, 25% dos insumos para soja e 45% dos defensivos para algodão foram negociados antecipadamente.

Preserva margens

A Basf espera que 50% de seus negócios na safra 2024/25 sejam fechados via barter (troca de insumos por produtos agrícolas) ou operações financeiras como FIDC e Fiagro, ante 40% do ciclo anterior. A estratégia visa mitigar os impactos da alta dos juros, segundo Mognol. “Garantimos um valor mínimo para a saca, mas também permitimos que o agricultor participe da alta caso o preço do grão suba”, explica.

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Aproveitamento

A (re)energisa, marca de soluções energéticas do Grupo Energisa, se juntou à Embrapa para desenvolver a primeira indústria de grande porte de biometano de Santa Catarina. A usina está em construção em Campos Novos e utilizará resíduos agroindustriais, como carcaças de aves e suínos. A Embrapa, a partir de seu centro de pesquisa em Concórdia, validará os processos e garantirá a segurança sanitária.

Sustentável

A nova fábrica deve ser inaugurada em julho de 2025, com capacidade de tratamento de 350 toneladas de resíduos por dia, e geração de 25 mil metros cúbicos/dia de biometano e 3,5 mil metros cúbicos/mês de biofertilizantes. O investimento total está estimado em R$ 80 milhões. Para comercializar os produtos, uma divisão de Bio Soluções será lançada pela (re)energisa nesta semana.

De olho

Com a saída neste mês de Jônatas Pulquério do cargo de diretor do Departamento de Gestão de Risco do Ministério da Agricultura, o setor se movimenta para substituí-lo por um “nome do mercado”. O departamento, atrelado à Secretaria de Política Agrícola, é responsável pela gestão de programas como o do seguro rural e a ideia é a de que o novo titular modernize o atual modelo de subvenção. “Se o indicado tiver experiência no mercado de seguro rural, não haverá oposição até mesmo para indicações da bancada ruralista”, diz uma fonte.

Marfrig focará atuação em alimentos processados

Após a conclusão da venda de 12 ativos no Brasil para a Minerva, a Marfrig quer se voltar a alimentos processados e de alto valor agregado. O foco será em fábricas com maior capacidade produtiva e localização estratégica. “O objetivo é concentrar operações que têm mais habilitações (para exportação de carnes) e grande volume de produção”, diz Rui Mendonça, o CEO.

Brasil confia em ‘bom entendimento’ com UE

O Ministério da Agricultura espera chegar a um “bom entendimento” com a União Europeia quanto à adoção da lei antidesmatamento. O Brasil pediu o adiamento da lei, prevista para 30 de dezembro. A UE deve se manifestar sobre o pedido até amanhã. Cinco países do bloco apoiam o pedido do governo brasileiro./GABRIEL AZEVEDO, LEANDRO SILVEIRA e ISADORA DUARTE

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