A Frigol, quarto maior frigorífico do País, projeta crescimento de 20% em 2023, com faturamento que pode passar dos R$ 4 bilhões. A estratégia é seguir com os investimentos para ampliar a capacidade dos três frigoríficos de carne bovina, instalados em Lençóis Paulista (SP), Água Azul do Norte e São Félix do Xingu, no Pará, diz Eduardo Miron, CEO da empresa. A Frigol abate nas três unidades 2 mil cabeças por dia. “Todas já estão aptas para atender aos mercados externo e interno. Será o ano da eficiência operacional.” Com mais oferta de bovinos no País, Miron avalia que o momento é positivo e abre espaço para expansão das margens, da mesma forma que a demanda externa segue pujante e deve colaborar para os resultados.
Novas aberturas de mercado no radar
Para Miron, após a Indonésia habilitar 11 frigoríficos do País, entre eles uma planta da Frigol, a tendência é de que novas habilitações ocorram no ano. “Com o novo governo, temos expectativa de que as relações com outros países sejam intensificadas”, diz.
Auxílios devem favorecer consumo interno
Miron diz que é sempre “uma promessa” a volta efetiva do consumo de carne bovina. Ele destaca como fator positivo o pagamento de auxílios nos últimos anos, que tendem a ser mantidos. “Ou seja, o fluxo de caixa das famílias deve continuar. O último trimestre de 2022 mostrou certa recuperação, o que já anima.”
Precisa participar
Paulo Sousa, presidente da Cargill Brasil, vê com bons olhos o esforço de reaproximação do governo com a União Europeia, em meio à discussão pelo bloco de uma lei ambiental mais rígida que pode afetar o agro nacional. “As empresas fazem a sua parte, mas é importante ter a voz de governo falando pelo País e defendendo os interesses do agro brasileiro. É bom ver o País de volta à mesa das negociações internacionais”, diz Sousa à coluna. Segundo ele, faltava essa conversa.
Encurta caminhos
Após movimentar mais de US$ 30 milhões ligando investidores a startups do agronegócio, a aceleradora mineira AgFoodVentures planeja atrair grandes empresas do segmento para a primeira plataforma de investimentos nacional baseada na tecnologia blockchain. Com o novo sistema, que diz elevar a segurança e a transparência nas transações, prevê duplicar o faturamento, para cerca de R$ 2 milhões.
Evolução digital
Para Alain Marques, fundador e CEO da AgFoodVentures, o banco de dados repaginado ajudará a empresa a firmar de cinco a seis acordos substanciais neste ano. Para 2024, a estimativa é de que o recurso contribua para duplicar ou até triplicar o faturamento ante 2023. Já no longo prazo a ideia é incorporar criptomoedas no sistema e permitir que o mundo todo invista em startups brasileiras por meio das moedas digitais. “É a evolução natural”, diz.
Tanque cheio
A Vector, empresa de contratação de fretes que é uma parceria entre Bunge e Target, vai criar pontos de abastecimento para caminhoneiros inscritos na plataforma dentro das instalações dos embarcadores, com diesel direto das distribuidoras. O primeiro, na Bunge em Luís Eduardo Magalhães (BA), ofertará mais de 500 mil litros de diesel/mês. A Vector contabiliza mais de 1 milhão de viagens e R$ 7 bilhões em transações de fretes desde a criação do aplicativo, em 2020.
Sinal vermelho
A identificação de casos de gripe aviária em países próximos ao Brasil preocupa grandes indústrias do setor avícola. Executivos das líderes de mercado acompanham a situação pessoalmente e intensificam os cuidados junto aos produtores integrados. “No primeiro momento, parecia que a situação estava longe, com casos na União Europeia e nos Estados Unidos. Agora está na América do Sul. Todos os reforços no controle sanitário estão sendo adotados”, diz uma fonte da indústria.
Política agrícola da Conab fica com a Agricultura
Após o governo ter definido que a gestão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) será compartilhada, a área de política agrícola da estatal será atrelada ao Ministério da Agricultura. Futuro secretário de Política Agrícola da pasta, Neri Geller conta que entre os temas estão as políticas de garantia de preço mínimo e de estoque público.
Terceiro trimestre deve pesar para usinas sucroalcooleiras
Empresas do setor sucroenergético tendem a apresentar resultados referentes ao terceiro trimestre da safra 2022/23 menores do que na temporada anterior, segundo os analistas Luiz Carvalho e Matheus Enfeldt, do UBS BB. Sobre os anúncios nesta semana, os preços mais baixos e estoques elevados foram fatores de pressão para o segmento. / SANDY OLIVEIRA, ISADORA DUARTE, GABRIELA BRUMATTI e LETICIA PAKULSK
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