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Com agenda verde, BNDES acelera investimento bilionário em biocombustíveis

Até novembro, o banco de fomento desembolsou R$ 4,2 bilhões a indústrias de etanol, biodiesel e biometano, a maior cifra dos últimos 13 anos

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) prevê encerrar o ano com o segundo maior valor de sua história em financiamentos a projetos ligados a biocombustíveis. Até novembro, o banco de fomento desembolsou R$ 4,2 bilhões a indústrias de etanol, biodiesel e biometano – a maior cifra dos últimos 13 anos. “Voltamos a ver forte investimento da indústria em agregação de valor, movimento impulsionado pela nova política industrial, mecanismos adequados, marco regulatório e ambiente econômico favorável”, avalia José Luís Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES. Segundo ele, o etanol de milho concentra uma fatia relevante dos aportes feitos pela agroindústria, sobretudo no Centro-Oeste.

Para 2025, a expectativa do BNDES é manter em biocombustíveis aporte próximo ao do desempenho atual, dado o apetite do setor por investimentos em novas indústrias. Parte deve vir do Fundo Clima, que pode chegar a R$ 20 bilhões, ante R$ 10 bilhões deste ano, diz Gordon.

Unidade da Raizen em Piracicaba que produz o etanol de segunda geração, um biocombustível feito à partir de resíduos descartados no processo de produção do etanol normal Foto: Claudio Coradini/Estadão

O BNDES vê crescer o interesse por combustíveis sustentáveis para aviões e navios. O banco lançou edital de R$ 6 bilhões para projetos do setor e recebeu demanda de R$ 167 bilhões. “Isso confirma o potencial do Brasil para liderar o processo, uma vez que o País tem ampla experiência na produção”, diz Aloizio Mercadante, o presidente.

Especial para o Brasil

A MCassab Nutrição e Saúde Animal avalia dobrar a receita na próxima década com novos produtos – neste ano deve superar R$ 700 milhões em faturamento. A empresa está reforçando soluções para bem-estar animal e adaptando tecnologias já consolidadas. A ideia é atender às especificidades do mercado brasileiro. Projeta ainda se aproximar mais do produtor do Centro-Oeste. Para isso acaba de inaugurar um centro de distribuição em Goiânia.

Nova direção

Com a chegada de Maurício Graziani, ex-Phibro, para liderar a divisão de nutrição e saúde animal, a MCassab reformulou sua estratégia para aproveitar o momento favorável do ciclo pecuário. A empresa busca ampliar a atuação em ruminantes, que representa 20% do faturamento, além de fortalecer a aquacultura em dois anos. Apesar da diversificação, aves e suínos, com 70% da receita, seguem na liderança. “A mudança do ciclo pecuário torna a bovinocultura uma grande oportunidade em nutrição e saúde. Para 2025 e 2026, as aves seguirão como o principal negócio”, diz.

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Oportunidade

A japonesa Yanmar deve chegar a 14% de participação no mercado brasileiro de tratores agrícolas, com maior demanda dos produtores, projeta Welinton Silva, coordenador de Desenvolvimento de Rede da companhia no País. A empresa não divulga números absolutos de vendas, mas antecipa perspectiva de crescer 5% em 2025. Para isso lançará um trator de 125 cavalos, sistemas de monitoramento remoto e planeja entrar no mercado de implementos agrícolas. A rede deve crescer de 80 para 90 concessionárias no ano que vem.

Caça-talentos

Empresas do agro estão contratando mais especialistas em sustentabilidade e de redução de pegada de carbono, aponta a Flow Executive Finders. A consultoria de seleção de executivos viu a demanda por líderes para essas áreas crescer 250% neste ano. “O avanço da regulamentação do mercado de carbono tem pressionado as empresas a adotarem práticas de redução da pegada. Além disso, as que demonstram responsabilidade ambiental estão mais bem posicionadas em mercados de alto valor, como o europeu”, conta Saulo Ferreira, sócio da Flow.

Quero mais

O aumento do orçamento do seguro rural para 2025 volta ao foco da bancada do agronegócio nesta semana. O projeto enviado pelo governo ao Congresso prevê R$ 1,06 bilhão em subvenção ao prêmio, mas o setor produtivo pede R$ 4 bilhões. “Com a atual situação das contas públicas, devemos chegar a no máximo R$ 2 bilhões”, diz um deputado.

Não há crise no agro, diz a Confederação da Agricultura

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil afasta a possibilidade de o agronegócio estar em crise, mesmo com empresas em recuperação judicial e a inadimplência em Fiagros e CRAs. A entidade destaca resultados positivos para produtos como café e laranja em 2024 e projeta recuperação nos preços dos grãos para 2025, o que deve favorecer o setor.

Rastreabilidade bovina finalmente sairá do papel

O Ministério da Agricultura vai apresentar nesta segunda, 16, o sistema nacional de rastreabilidade bovina e bubalina. A iniciativa foi desenvolvida pelos setores público e privado e será adotada em etapas. A medida deve ajudar o Brasil a cumprir os requisitos de países importadores, incluindo os da União Europeia.

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