EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Notícias do mundo do agronegócio

Comigo deixa 2024 para trás e aposta na recuperação com maior produção de grãos

Cooperativa goiana teve queda na receita em 2023 e 2024, e conta com a ajuda do clima por crescimento no próximo ano

PUBLICIDADE

Publicidade
Foto do author Coluna  Broadcast Agro

Com expectativa de safra maior e reação dos preços das commodities, a cooperativa goiana Comigo está mais otimista para 2025. As metas ainda estão sendo fechadas, mas a previsão é de estabilidade após ver sua receita diminuir em 2023 e 2024. A previsão é encerrar este ano com cerca de R$ 12 bilhões de faturamento e repetir o resultado no próximo ano. “A recuperação começa em 2025, mas ainda será preciso mais dois a três anos bons”, diz Antonio Chavaglia, presidente do Conselho de Administração da cooperativa. Os efeitos deste ano amargo ainda devem perdurar sobre os produtores, segundo Chavaglia. “Este ano vai deixar um passivo no mercado, com quebra de safra, inadimplência, recuperações judiciais generalizadas, falta de liquidez do produtor e restrição de crédito”, resume.

Previsão de safra cheia se clima ajudar

A Comigo espera receber ao menos 12% mais soja na safra atual, entre 3,48 milhões e 3,6 milhões de tonelada produção de milho deve aumentar em torno de 10%. “Mesmo com as dificuldades, produtor investiu no plantio, agora depende do clima até março”, diz Chavaglia.

Juros altos limitam expansão

A Comigo vai manter o pé no freio nos investimentos em 2025. O motivo é o alto custo do capital, diz Chavaglia. A cooperativa está construindo uma indústria para produção de farelo e óleo de soja em Palmeiras de Goiás, com aporte de R$ 1,3 bilhão, a maior parte do caixa próprio. A planta esmagará 6 mil toneladas/dia a partir de 2027.

Cooperativa Comigo está presente em 19 cidades de Goiás, com 11,7 mil cooperados e 20 unidades de insumos e recebimento de grãos Foto: Divulgação/Cooperativa Comigo

De vento

O Banco do Brasil liberou R$ 115,2 bilhões em financiamentos ao agro na safra 2024/25, iniciada em 1.º de julho. O valor é estável em relação a igual período da safra anterior, diz o vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar, Luiz Gustavo Braz Lage. “Essa marca reafirma a liderança, o protagonismo e a expertise do BB no agronegócio, na agricultura familiar e em toda a cadeia produtiva”, destaca. Os recursos foram distribuídos em 335 mil operações contratadas, sendo 70% voltadas a agricultores familiares e médios produtores. O BB vê o resultado dentro do esperado, dada a retração do setor produtivo para investimentos no ciclo atual, e continua otimista com o desempenho no atual ciclo agrícola.

Em popa

Até o fim da safra, em junho de 2025, o BB espera desembolsar R$ 260 bilhões para o setor. A cifra inclui empréstimos de crédito rural, financiamentos para a cadeia de valor do agro e títulos agrícolas, como Cédulas de Produto Rural. Do total, R$ 82,1 bilhões foram desembolsados pelo BB até o início do mês em crédito rural. No período, o banco registrou crescimento de 30% nos financiamentos contratados pela agricultura familiar e produtores de médio porte.

Publicidade

E na liderança

O Banco do Brasil recebeu R$ 60,2 bilhões em recursos equalizados no Plano Safra 2024/25. Do total, o banco já aplicou R$ 30,3 bilhões na concessão de financiamentos aos produtores rurais, com taxas de juros menores, ou seja, parte subvencionada pelo Tesouro. O banco, líder em crédito rural no País, responde no acumulado da safra por 50% de todo o volume equalizado do financiamento agrícola.

Time reforçado

A Santa Fé Investimentos quer alcançar R$ 1 bilhão em ativos até 2027, dos atuais R$ 76 milhões distribuídos em três fundos – Aquarius, Scorpius e Agro Hedge. A gestora tem como novos sócios os irmãos Luiz Gustavo e Luiz Eduardo Junqueira Figueiredo, executivos da Usina Alta Mogiana e do Grupo Lincoln Junqueira, que controla cinco usinas de açúcar e álcool. “É o melhor momento para investir na bolsa desde 2010, com ativos muito desvalorizados”, diz Luiz Eduardo.

Diversificação

O fundo Santa Fé Agro Hedge, único multimercado focado em agro, administra R$ 9,2 milhões e tem 50 cotistas. Com 30% em ações de empresas como JBS e São Martinho e 4% em BDRs agrícolas como John Deere, subiu 1,48% em novembro e avança 1,7% em dezembro. “As empresas do agro têm tudo para se beneficiar de um dólar mais forte em 2025″, diz Gabriel Diniz Junqueira, gestor do fundo.

Mecanismo de reequilíbrio é vitória no UE-Mercosul

O setor produtivo brasileiro considerou uma “vitória” a inclusão do mecanismo de reequilíbrio de concessões no acordo UE-Mercosul. A cláusula prevê que, em caso de medidas unilaterais, as concessões do acordo podem ser revistas. Entidades do agronegócio brasileiro, como a CNA, pediam a inclusão do mecanismo como resposta à lei antidesmatamento europeia.

Ministro da Agricultura do Uruguai vem ao Brasil

O ministro da Agricultura, Pecuária e Pesca do Uruguai, Fernando Mattos, estará nesta semana no Brasil. Os países são parceiros comerciais e possuem cooperações técnicas em áreas como defesa agropecuária. A agenda de Mattos em Brasília inclui encontro com representantes do setor produtivo.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.