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Com café sustentável, mineira Expocaccer quer crescer 40% em cinco anos

Cooperativa estima que safra maior neste ano deve compensar queda nos preços dos grãos

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Atualização:

A Expocaccer, Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro, aposta nos grãos especiais e sustentáveis para turbinar seu crescimento em 5 anos. Nesse período, prevê que o grão com maior valor agregado represente 40% das vendas, ante 15% a 20% hoje. Puxada sobretudo por este nicho, a receita, de R$ 1,5 bilhão em 2022, tende a ser 30% a 40% maior, prevê Simão Pedro de Lima, diretor-superintendente. “Além de qualidade, o consumidor busca um café ambientalmente inteligente. É um mercado que cresce 4% ao ano, ante 1% do geral.” Para comprovar a adoção de boas práticas pelos cooperados, a Expocaccer adota a certificação de cafeicultura regenerativa. A meta é passar de 6 mil hectares certificados hoje para 25 mil em 5 anos.

Café carbono neutro no radar

Outra frente da Expocaccer envolve a agricultura de baixo carbono. Em projeto-piloto, a cooperativa mensura a emissão de carbono e o estoque no solo das propriedades de dois grupos de cooperados. Mais dois grupos devem ser inclusos até o fim do próximo ano.

Safra maior compensa preço menor

A produção cerca 50% maior neste ano deve minimizar o efeito do preço mais baixo do café no faturamento da Expocaccer em 2023, que tende a ficar estável. A cooperativa estima receber 1,5 milhão de sacas de café até o fim da safra, alta de 40%. “Em 2024, esperamos 2 milhões de sacas”, projeta Lima.

Resultados

Após um ano dando suporte técnico a 152 fazendas de leite em agricultura regenerativa, a Nestlé confirmou que o sistema traz retorno financeiro. Pelo programa Renegera, junto com a consultoria Labor Rural, constatou redução de 8% no custo de produção, de 9% nas emissões de carbono e rentabilidade 4% maior nas fazendas. “Temos a meta de obter 30% das principais matérias-primas no Brasil de propriedades com práticas de agricultura regenerativa até 2025″, diz Bárbara Sollero, gerente de Sustentabilidade.

Expocaccer planeja ter produção de café com emissão zero de gases de efeito estufa Foto: Thomas Mukoya / Reuters

Em frente

Entre as mudanças adotadas nas fazendas estão a migração do plantio convencional para o direto, que reduz consumo de diesel, uso de dejetos bovinos como adubo natural e rotação de culturas para aumentar a biodiversidade. Outras 50 propriedades se somaram em 2023 ao programa, que ajuda a Nestlé a reduzir emissões de carbono do escopo 3, referentes a fornecedores. Hoje, 15% do leite captado pela empresa vem de fazendas com nível avançado de agricultura regenerativa.

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Mais pontos

A cooperativa financeira Cresol prevê chegar a 840 agências no País até o fim do ano. Em 2022, foram abertas 70 e neste ano deverão ser 120. O plano é atingir 1.500 até 2030. Além da Região Sul, berço da cooperativa, que representará 40% das novas unidades, a ideia é ter maior atuação no Pará, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas e São Paulo. “A expansão está alicerçada no agro”, diz Cledir Magri, presidente da Cresol Confederação.

Mais volume

A Cresol prevê que a sua carteira de crédito rural chegue a R$ 15 bilhões em 2023/24, sendo R$ 10 bilhões em custeio e R$ 5 bilhões em investimento, ante R$ 9 bilhões em 2022/23. “Além da entrada em municípios onde não atuávamos, temos a estratégia de ampliar participação onde já estamos inseridos”, diz Magri. As contratações somam R$ 3 bilhões desde julho, sendo 80% custeio e 20% investimento. Os recursos para custeio têm saído em “altíssima velocidade”, segundo o executivo, enquanto a procura para investimentos é menor diante dos preços mais baixos das commodities.

Outra abordagem

A Lavoro, uma das maiores redes de distribuição de insumos agrícolas do Brasil, quer elevar a participação em biodefensivos e fertilizantes especiais. Está estreitando relacionamento com 20% de seus parceiros do setor e investindo em marcas próprias. Com isso, o faturamento em especialidades, hoje de 8% das vendas dos insumos, deve chegar a um porcentual de dois dígitos em dois anos.

Biodiesel ganha plano para a próxima década

A Frente Parlamentar Mista do Biodiesel busca aprovação dos deputados federais para um plano de 10 anos para o biocombustível. Ele define a evolução anual do teor mínimo obrigatório do óleo vegetal no diesel para até 20%. A ideia é contribuir com a descarbonização da cadeia e dar garantia para o setor, diz Alceu Moreira, presidente da FPBio.

Preços do boi em queda tendem a ajudar frigoríficos

Os preços do boi gordo caíram mais de 33% no Brasil no último ano e novas baixas podem favorecer as margens de lucro de frigoríficos no 2.º semestre, segundo analistas. É que a indústria sai de um 2.º trimestre mais fraco, devido ao menor consumo no mercado interno e preços mais baixos pagos pela carne brasileira por países compradores. /Isadora Duarte, Clarice Couto, Leticia Pakulski e Audryn Karolyne.

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