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Notícias do mundo do agronegócio

Exportação e venda a frigoríficos devem garantir o ano da Beckhauser

Empresa paranaense fabrica equipamentos de contenção a bovinos e visa lançar produtos mais baratos para pequenos produtores

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Pandemia e maior procura por alimentos do Brasil, além de uma nova fábrica e sistema de vendas, fizeram a Beckhauser crescer cerca de 80% em faturamento em cinco anos, para R$ 50 milhões no ciclo 2023/24, que se encerra este mês. A empresa de Maringá (PR), que fabrica equipamentos para contenção de bovinos, projeta que, em 2024/25, o faturamento será 6% maior, “impulsionado pelas exportações e vendas a frigoríficos”, diz a CEO, Mariana Beckheuser. Já as vendas para pecuaristas devem encolher, devido à queda no preço da arroba bovina, com sobreoferta de animais. “Mesmo com um rebanho maior para manejar, o criador investe menos em equipamentos em época de boi barato”, justifica.

Indústria da carne ganha espaço

As vendas a frigoríficos “têm surpreendido positivamente”, diz Beckheuser. Novas normas governamentais de bem-estar animal e ergonomia, e incremento das exportações de carne, explicam a alta. Neste ano comercial, as vendas totais só na linha para indústrias devem crescer 28%.

De olho nos pequenos

Para ampliar negócios com pecuaristas e conquistar a fatia de pequenos produtores, a Beckhauser firmou parceria com o Senai para desenvolver um equipamento de contenção de bovinos mais barato. “O protótipo será lançado até maio e terá custo até 30% menor”, diz a executiva.

Equipamento de contenção de bovinos fabricado pela Beckhauser, empresa do Paraná Foto: Divulgação / Beckhauser

A todo vapor

A JBS vai dobrar o volume de abates em sua unidade de bovinos de Dinmore, em Queensland, Austrália. A capacidade atual é de 3,4 mil animais, conta a empresa à coluna. A ampliação da planta demandou investimento de R$ 250 milhões. Um segundo turno de trabalho também está sendo criado.

Mais gente

Para dar conta do recado, a maior fábrica da JBS na Oceania deverá aumentar o número de funcionários de 1,3 mil para 1,8 mil, gerando 500 empregos, informa Gilberto Tomazoni, o presidente global da companhia. O aporte da JBS na Austrália condiz com a perspectiva de que o país vai liderar, junto com o Brasil, a produção de carne em 2024, de acordo com relatório global da consultoria StoneX.

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Multiplica

A Farmers Edge, empresa canadense de agricultura digital, quer ampliar a área coberta no Brasil para 8 milhões de hectares até 2030, ante o atual 1 milhão de hectares digitalizados. A maior parte do incremento deve vir de acordos com tradings, multinacionais de insumos, empresas de telecomunicação e seguradoras que fornecem as ferramentas aos produtores, conta Celso Macedo, vice-presidente para América Latina. Até lá, o número de clientes deve dobrar, para cerca de 700. “Nosso serviço digitaliza o plano de safra do produtor de forma integrada em uma única ferramenta”, diz.

Potencial brasileiro

A plataforma da Farmers Edge atende sobretudo fazendas acima de 5 mil hectares – 70% dos negócios no País, com concentração em lavouras de soja, milho, cana-de-açúcar e algodão. O Brasil perfaz entre 15% e 20% da área atendida pela companhia no mundo. Outros 45% vêm da operação no Canadá e 35% dos Estados Unidos. “É possível que o Brasil represente pelo menos 50% do negócio em 2030. O esforço é fortalecer a atuação no Cerrado e no Matopibapa”, prevê Macedo. A empresa fatura em torno de US$ 80 milhões por ano.

Semântica

Entidades do agronegócio e o governo se dividem sobre caracterizar ou não o momento atual do setor como “crise”. Para alguns representantes do segmento, o Executivo precisa assumir que a conjuntura de preços baixos de grãos, quebra de safra e alto endividamento se trata de crise. Outros refutam o uso do termo. “Falar em crise pode prejudicar os produtores no acesso ao crédito e afugentar investimentos”, pondera uma liderança.

China derruba antidumping para frango brasileiro

A suspensão da medida antidumping da China sobre o frango brasileiro, que consistia em tributação extra de 17,8% a 34,2%, deve favorecer a exportação do Brasil para lá. Larissa Wachholz, sócia da Vallya Agro e especialista no país asiático, avalia que a geopolítica e o crescimento da gripe aviária no mundo pesaram na decisão chinesa.

Expodireto Cotrijal prevê R$ 7 bilhões em negócios

A Expodireto Cotrijal, que começa hoje em Não-Me-Toque (RS), espera repetir os R$ 7,043 bilhões movimentados em 2023 na edição atual. “Embora os preços das commodities tenham caído, parte dos produtores está capitalizada e com necessidade de renovar a frota de máquinas”, diz Nei Manica, presidente da feira.

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