A Geo Biogás & Carbon, empresa de biogás e carbono renovável, pretende explorar um novo nicho no agronegócio. A empresa comprou a gaúcha Luming Inteligência Energética, voltada à instalação de pequenas e médias unidades de biogás e biometano – de 2 mil a 10 mil m³ produzidos por dia – e aposta em expandir os negócios com plantas para a agroindústria. “Queremos desenvolver o mercado de biogás em plantas pulverizadas. Toda fábrica que produz alimentos e bebidas gera gás e hoje o aproveitamento é mínimo”, diz Alessandro Gardemann, CEO da Geo. A Luming já desenvolveu projetos de cogeração de bionergia com Ambev, Heineken e Coca-Cola. No total, implantou quatro plantas e tem outras três em instalação.
Biogás em plena expansão
Menos de 2% do agronegócio utiliza o biogás e o potencial é crescente, diz Rael Mairesse, CEO da Luming. “A ideia é aproveitar os resíduos orgânicos da produção para gerar energia, sobretudo com a pressão para redução da pegada de carbono na pecuária.”
Crescimento sustentado
Além de investir na frente de projetos menores, a Geo aportará R$ 1 bilhão por ano em novas plantas em cinco anos. O valor corresponde a cerca de quatro plantas de grande porte por ano, acima de 10 mil m³ de biogás/dia. A empresa possui três plantas em joint venture com empresas como Raízen e Cocal. Mais quatro devem operar entre 2024 e 2025.
Um puxa o outro
O aumento de 7% na área plantada com sorgo no País neste ano puxou o crescimento de 23% nas vendas das sementes do cereal, revela estudo da consultoria Kynetec. O mercado de cultivares de sorgo granífero movimentou R$ 357 milhões na safra 2023, contra R$ 289 milhões em 2022. O cereal é plantado na rotação das lavouras de soja ou em substituição ao milho de inverno. O Brasil cultivou 1,25 milhão de hectares com o grão, destinado sobretudo à alimentação animal.
Alternativa
Rafael Perrucci, analista de inteligência de mercado da Kynetec, destaca o menor custo de produção do sorgo ante outras culturas de segunda safra com variedades resistentes à seca e a variações climáticas. “A cultura evoluiu bastante na adoção de tecnologia e em produtividade, que passou de 1,8 tonelada por hectare para 3,4 toneladas por hectare, uma alta de 81%”, observa. Produtores investiram em média R$ 283 por hectare em sementes do cereal.
Tique Taque
A indústria do trigo viu o tempo de descarga do cereal importado pelo Porto de Santos cair de 48 horas para seis horas. A agilidade no recebimento do grão ocorreu por mudanças nos procedimentos alfandegários para a internalização do produto proveniente do Mercosul. A Associação Brasileira da Indústria do Trigo diz que agora o cereal pode ir direto para o destino, sem passar pelos silos controlados pela Receita. O porto é a principal entrada do produto no País, recebendo cerca de 1,2 milhão de toneladas por ano.
Desafoga
A maior celeridade no desembaraço aduaneiro do trigo diminuirá os custos da indústria com a espera de navios no porto, estima a Abitrigo. “Pelo crescimento da exportação de soja, milho e açúcar, perdemos espaço para o recebimento de trigo nos últimos anos, com uma redução de cerca de 81 mil toneladas em silos da alfândega só no último ano, além da perda de um cais. O trigo passa a ter mais espaço nos armazéns”, diz Rubens Barbosa, presidente-executivo da Abitrigo. A expectativa da indústria é que as medidas possam ser estendidas para outros terminais do País.
Juntos
Produtores de leite do Uruguai querem se unir aos brasileiros pelo fim das condições desiguais para a produção da bebida entre os países do bloco. “O Uruguai não dá subsídio à cadeia leiteira e é acusado injustamente. Já a Argentina concede muitos recursos para seu leite ficar competitivo”, diz um diplomata do país. A concentração dos esforços será no âmbito do Mercosul. Os países avaliam um pedido conjunto de investigação de dumping e subsídio pela Argentina à cadeia leiteira em meio às elevadas exportações do país para os vizinhos.”
Giro
Após a isenção de tributos a indústrias que compram o leite nacional, o setor produtivo reforçou o coro junto ao governo pela reestruturação das dívidas dos pecuaristas e pela interrupção temporária das importações do produto proveniente do Mercosul. “Somos contra às importações danosas e com fluxo contínuo”, diz Geraldo Borges, presidente da Abraleite.
Vem aí
Produtores de trigo já têm a garantia do governo de apoio à comercialização da safra. Os leilões de prêmios para estimular a compra pela indústria pelo preço mínimo devem ser definidos nesta semana para realização até 15 de dezembro. A expectativa do setor é que a subvenção de R$ 400 milhões assegure que parte da produção seja negociada a preços mais remuneradores.
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