A Inpasa, indústria de etanol e ração de milho, deve fechar o ano com faturamento de R$ 14 bilhões, 29% acima de 2023. Outros números comprovam o acerto na aposta no biocombustível e no DDG, grão seco de destilaria, subproduto do biocombustível: o lucro líquido da empresa deve ser 58% maior, e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve crescer 46%, diz Fernando Alfini, vice-presidente de gestão e finanças.
A expansão se dá pela política de investimento que cresce mais que a receita: o capex subiu 43%, a R$ 3 bilhões. O valor abarca tanto a expansão para o Nordeste, com duas unidades, como a ampliação em Sinop (MT), com a maior planta do mundo de etanol de milho, com capacidade de produzir 2,1 bilhões de litros e processar 4,6 milhões de toneladas de milho.
Capacidade de produção dispara
A Inpasa iniciou o ano com cinco unidades, mas saltará para oito em dois anos. Após inaugurar a planta de Sidrolândia (MS), vai para o Nordeste em Balsas (MA) e Luís Eduardo Magalhães (BA). Até 2026, a capacidade de produção de etanol saltará para 5,5 bilhões de litros.
SAF e metanol verde no foco
A Inpasa avalia que a transição energética global ajudará a sustentar o crescimento, com o uso de etanol na produção de combustível sustentável para aviação e de metanol verde para o setor marítimo. “Isso nos permite acessar novos países e mercados, e canais alternativos de venda”, diz Gustavo Mariano, vice-presidente comercial.
Vento a favor
A Vida Veg, fabricante de alimentos plant-based, projeta faturamento de R$ 300 milhões até 2027. A empresa, que fatura cerca de R$ 8 milhões por mês, cresceu 42% 1.º trimestre. Segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira, o Brasil lidera o veganismo na América Latina, com 7 milhões de adeptos. Com 46 produtos no portfólio, a empresa planeja exportação. “O mercado vai crescer em opções saudáveis, não em cópias de produtos animais”, diz Álvaro Gazolla, o diretor comercial.
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Temperatura ambiente
Após investir R$ 10 milhões na ampliação da fábrica de Lavras (MG) nos últimos dois anos, a Vida Veg prepara linha de produtos sem refrigeração. Hoje concentrada no varejo alimentar (98% da receita), estuda entrar em farmácias, distribuidores e food service. Oito novos itens estão em desenvolvimento, como bebida proteica e energético natural. “Produtos fora da geladeira permitem expandir canais além do varejo tradicional”, diz Gazoll.
Menos CO2
A Expocacer, cooperativa dos cafeicultores do Cerrado Mineiro, deu um novo passo na estratégia de emissão mínima de carbono. A cooperativa de Patrocínio (MG) fez no início do mês seu primeiro embarque de café em um navio movido a vela sustentável. Foram exportadas 1.596 sacas de 60 kg de café, acondicionadas em cinco contêineres, no veleiro-cargueiro Artemis. O café saiu do porto de São Sebastião (SP) com destino ao porto de Le Havre, na França.
Logística sustentável
O veleiro que levou o café da Expocacer é movido prioritariamente à energia eólica e solar, com redução da pegada de carbono. O motor a combustão é acionado apenas quando não há vento suficiente para movimentar a embarcação, segundo Pedro de Lima, diretor-presidente executivo da Expocacer. O café exportado para a França tem denominação de origem do Cerrado Mineiro, o que garante a rastreabilidade dos produtos. A carga chegou no país na última quinta-feira.
Eficiência
A Brado transportou 36% mais defensivos por ferrovias em 12 meses. O incremento foi possível com uma frota exclusiva de caminhões que fazem as pontas rodoviárias em Sumaré (SP), onde os produtos são coletados, até Rondonópolis (MT) e Anápolis (GO). O tempo total da operação caiu de 18 para 11 dias. A pontualidade subiu de 70,7% para 98,4% e chegou a 100% nas entregas. A operadora também transporta produtos vindos da China e Índia via Porto de Santos. “Os defensivos são diretamente vendidos nos Estados de destino”, diz Marcus Nascimento, executivo de vendas.
Lei antidesmatamento da UE é adiada em um ano
O Parlamento da União Europeia aprovou, na sexta-feira passada, o adiamento em um ano da lei antidesmatamento do bloco. As novas exigências para os exportadores devem entrar em vigor em 30 de dezembro de 2025. A medida proíbe a entrada no bloco de produtos oriundos de áreas desmatadas a partir de dezembro de 2020.
No G-20, expectativa de novos mercados para o agro
O agronegócio brasileiro acompanha o encontro dos chefes de Estado das 20 maiores economias do mundo na cúpula do G-20 Brasil, nesta semana no Rio de Janeiro. O setor privado e o governo esperam o anúncio de abertura de mercados para produtos agropecuários nacionais, em especial na China e no Japão.
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