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Interesse do agro em ESG faz Itaú BBA preparar linhas para energia e pecuária

Banco estrutura produtos financeiros voltados à eficiência energética, maior tecnificação e crédito “verde” para pecuária

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Depois de lançar linhas de crédito para a compra de insumos biológicos e recuperação de pastagens degradadas com condições diferenciadas, o Itaú BBA está estruturando produtos financeiros para produtores e empresas do setor voltados à eficiência energética no agronegócio e maior tecnificação da pecuária. As discussões estão mais avançadas na área de energia, com a aprovação interna de um produto para painéis fotovoltaicos e a preparação de um projeto-piloto, conta à coluna Pedro Fernandes, diretor de Agronegócios. Já o crédito “verde” para o setor pecuário deve ser anunciado dentro de um ano. “Nossa lógica na operação agro é tornar a melhor prática tão interessante que ninguém vai ter piores práticas”, diz o executivo.

Crédito para solos degradados

Parceiro do projeto Reverte, encampado pela Syngenta e voltado à recuperação de pastos degradados, o Itaú BBA deve liberar US$ 150 milhões em 2023 para 200 mil hectares. Já para bater a meta de recuperar 1 milhão de hectares, espera conceder até 2027 cerca de US$ 750 milhões.

Banco quer atuar em padrões de CO2

O BBA também pretende participar, com governo e entidades, do estabelecimento de regras de mensuração dos gases de efeito estufa específicos para a agricultura brasileira. Práticas de baixa emissão da produção de soja local, como fixação biológica de nitrogênio, não são consideradas em algumas metodologias, diz Fernandes.

Itaú BBA diz que dar crédito com novos produtos financeiros para estimular boas práticas na agricultura e na pecuária Foto: Gabriel Faria/Embrapa Agrossilvipastoril

Para ir longe

A gestora Investo está otimista com o Food11, fundo de índice focado em empresas do agro com atuação global. Cauê Mançanares, o CEO, prevê que o fundo ultrapasse R$ 100 milhões em patrimônio líquido em até dez anos – hoje são R$ 5,2 milhões. O fundo espelha no Brasil o ETF VanEck Agribusiness, que tem mais de US$ 1 bilhão sob gestão nos EUA e replica o desempenho do MVISGlobal Agribusiness, índice composto por 49 empresas do setor, sendo a Rumo a única brasileira.

(In)adimplência

O volume de crédito recuperado pelo escritório Rocha, Calderon e Advogados Associados aumentou cerca de 15% de janeiro a maio em relação a igual período do ano passado. Marco Miller Ferlin, diretor-executivo do escritório, explica que a boa safra de grãos contribuiu para mais produtores pagarem dívidas em atraso com bancos e assim renovar a tomada de crédito. As dívidas vão de R$ 100 mil a R$ 100 milhões e englobam de pequeno a grande agricultor, estima.

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Mercado robusto

Na renegociação, os descontos concedidos aos produtores pode chegar de 30% a 40% do valor do financiamento, geralmente em atraso de 90 a 180 dias, segundo Ferlin. Até o fim de maio, o movimento era puxado sobretudo por Goiás e Mato Grosso do Sul. “Fechamos com R$ 75 milhões recuperados de crédito agro. O mercado como um todo deve movimentar entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões por ano”, prevê. A carteira de recuperação de crédito do Rocha Calderon, que inclui outros segmentos, engloba cerca de 150 mil processos, sendo de 20% a 30% voltados ao agronegócio

Ajuda

A Conab estuda medidas de apoio à comercialização de milho e trigo, antecipa à coluna Edegar Pretto, presidente da estatal. “Temos sinais de que trigo e milho estão sendo negociados abaixo do preço mínimo”, diz, sobre o valor que cobre os custos de produção. Essa ajuda já está sendo dada à borracha. “Em breve devemos apresentar estudo para Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Casa Civil para avaliar se haverá subvenção e para quais produtos.”

Aos poucos

O preço mais baixo das commodities agrícolas está segurando as vendas de defensivos nos últimos meses, conta Juan Pablo Llobet, presidente da Syngenta Proteção de Cultivos para o Brasil e a América Latina. Nas feiras agrícolas, ele tem observado produtores cautelosos: “Claramente há diferença de comportamento”, diz, ao comparar com 2022. Mas descarta a possibilidade de eventual economia no uso do insumo. “As compras serão escalonadas”, afirma.

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