A maior familiaridade do mercado com o agronegócio e o número crescente de empresas administradas como se fossem listadas em bolsa levam bancos a acreditar que o setor se fará presente na próxima temporada de IPOs (aberturas de capital) do Brasil, esperada para o 1º trimestre de 2024. Queda da taxa de juros, melhora de indicadores econômicos e as taxas nos EUA sinalizam um cenário propício à retomada dos IPOs. Não há consenso se o ritmo das ofertas do agro será o mesmo de 2021, último ano com IPOs por aqui, quando seis companhias estrearam na B3, de 46 ofertas. “Se tivermos um ano inteiro (de IPOs), o que é raro, será possível equiparar o número”, diz Adriano Borges, sócio do BTG Pactual responsável pelo agro.
Represamento desde a última janela
Pedro Freitas, sócio da XP, vê potencial para mais ofertas do que em 2021, pois algumas empresas à época acabaram não concretizando seus planos. Ele cita o “altíssimo” interesse de investidores pelos “Investor Day”, eventos promovidos por empresas já listadas.
Aposta é em energia e insumos
Fabio Nazari, chefe de renda variável do BTG, vê o setor de energia forte em IPOs este ano, seguido do de insumos. Há dúvida sobre empresas de proteína animal, que vêm lucrando menos em 2023. Marcelo Millen, chefe de renda variável em mercados de capitais no Citi, diz que as que deixaram de fazer IPO em 2021 podem voltar.
Demanda exige
O Terminal de Contêineres de Paranaguá terá investido até o fim do ano R$ 370 milhões em infraestrutura. Parte dos recursos vai para ampliação em 43% da área usada para armazenar contêineres com controle de temperatura, passando de 3.572 tomadas para 5.126 tomadas. Outra fatia do aporte se destina a uma subestação de energia própria, para sustentar o aumento da área refrigerada. O complexo é o maior corredor de exportação de carne de frango congelada do mundo – a proteína representa 80% das cargas movimentadas no terminal.
E o resultado aparece
Os frutos do investimento já começam a surgir. Em julho e agosto, o TCP bateu três recordes de produtividade: registrou cinco encostes (processo de descarga e carregamento de trens) diários; movimentou a marca histórica de 9.364 contêineres pela ferrovia no último mês e recebeu 44.427 contêineres pelos portões. “O aumento sucessivo na produtividade vem na esteira dos investimentos. Outro foi na instalação de uma nova balança ferroviária dinâmica, que pesa vagões ou composições ferroviárias em movimento”, conta Felipe de França, gerente de planejamento de operações do TCP.
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Condição
A indústria condiciona o total de esmagamento de soja no Brasil em 2024 à mistura mínima obrigatória de biodiesel ao diesel. Se o porcentual subir dos atuais 12% para 13% ou 14%, os 55 milhões de toneladas estimadas pela Conab devem ser alcançadas, o que significará 2 milhões de toneladas a mais de soja ante este ano, avaliam fontes do setor. “Se for mantida a mistura, o volume deve ficar estável ou cair, porque a indústria enfrenta baixas margens no processamento”, diz um executivo.
Mais limpa
A ADM zerou as emissões de carbono de sete unidades no Brasil. Isso significa que a empresa reduziu suas emissões e passou a compensar o que não pode deixar de emitir. O balanço foi possível pela parceria com a empresa Casa dos Ventos para o fornecimento de energia a partir do Complexo Eólico Babilônia Sul, na Bahia, que entrou em operação em junho. Até então, as fábricas usavam energia elétrica e eucalipto nas caldeiras – este ainda será usado.
Meta sobre meta
A ADM criou uma iniciativa global que prevê reduzir em 25%, até 2035, as emissões de gases de efeito estufa de seu processo produtivo. Com o uso de energia eólica nas sete plantas, que consomem 92% da energia utilizada pela empresa no País, a ADM reduzirá em 9,5% as emissões na América do Sul.
Brasil vai voltar a plantar mais feijão e arroz
Agricultores brasileiros vão cultivar mais arroz e feijão nesta safra. A Conab estima, em suas primeiras projeções, aumento de 10% na área plantada com arroz e de 2% nas lavouras de feijão. “Na safra passada, esses alimentos tiveram a menor área dos últimos 47 anos. A recuperação é uma ótima notícia”, diz Edegar Pretto, presidente da companhia.
Esta semana será decisiva para o marco temporal
Após a derrubada da tese do marco temporal para demarcação de terras indígenas, o STF retoma nesta semana a discussão sobre indenizações aos proprietários de áreas destinadas à população indígena. No Senado, há expectativa pela aprovação do projeto que discute o tema na Comissão de Constituição e Justiça. / CLARICE COUTO e ISADORA DUARTE
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