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Traive considera que maior risco no campo afasta investidor do crédito ao agro

Aumento da inadimplência e quebra de safra formam ‘tempestade perfeita’ para impedir concessão mais robusta de recursos

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A Traive, agfintech que conecta fundos de investimento com grupos de distribuição de insumos agrícolas, vê a concessão de crédito ao agronegócio mais contida este ano. O aumento da inadimplência no campo, os juros altos e a quebra de safra formaram a “tempestade perfeita” para retrair investidores do setor, diz Fabricio Pezente, cofundador e CEO. “Este ano terá uma forte redução no volume financiado pelo mercado financeiro ao agro e 2025 ainda é uma grande interrogação.” A demanda de crédito pelas revendas que acessam os recursos para financiar os produtores deve aumentar, mas o mercado de capitais segue cauteloso. A Traive espera intermediar US$ 3 bilhões até o fim deste ano e alcançar US$ 5 bilhões em 2025.

Investida em revendas segue nos planos

A Traive mantém a estratégia de avançar com as grandes revendas de insumos e cooperativas. A ideia é alcançar cem grupos até o fim do ano, ante 60 atuais. Outra aposta para conectar o mercado financeiro à cadeia agro é um marketplace de crédito, previsto para outubro.

Conquista de novos mercados

Após iniciar operação no México, a Traive quer entrar na Colômbia, no Chile e na Argentina. E não descarta novas rodadas de investimento para reforçar os planos de expansão. “Mantemos no radar, mas não está no foco no curto prazo”, diz Pezente. O aporte mais recente, de US$ 20 milhões, foi liderado pelo Banco do Brasil.

Traive faz a ponte entre investidores do mercado financeiro e empresas do agro, como fabricantes de insumos, tradings e distribuidores Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

Ganha mercado

A Komatsu, fabricante japonesa de equipamentos e fornecedora de serviços para vários segmentos, prevê faturar 5% a 10% mais no agro nos próximos três anos. Leandro Bueno, gerente de estratégia, planejamento e marketing da divisão de construção, diz que hoje 20% da receita e do volume de equipamentos de construção vendidos, como escavadeiras, carregadeiras e motoniveladoras, são para o setor, o dobro de outros países.

Prepara a estrutura

Para atender a essa demanda, a produção do segmento de construção da fábrica de Suzano (SP) deve crescer 7% ainda em 2024 e a capacidade da fábrica, 10% até 2026, diz o executivo, sem revelar o valor dos aportes. A companhia, que tem 85 fábricas no mundo, possui unidades no Brasil em São Paulo, Pará, Minas Gerais e Paraná e distribuição em nível nacional. A empresa não abre o faturamento por País. Globalmente, a receita foi de US$ 26,78 bilhões em 2023.

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Aposta acertada

A NetZero investe até R$ 50 milhões na construção de duas fábricas para produzir biochar a partir da palha de café. O produto é um condicionador de solo obtido do carbono contido em resíduos agrícolas. As unidades em São João do Manhuaçu (MG) e Paraguaçu (MG) devem iniciar as operações, respectivamente, no quarto trimestre de 2024 e no primeiro de 2025. A startup franco-brasileira já opera duas unidades, em Lajinha (MG) e Brejetuba (ES), e vai dobrar a capacidade de produção para 18 mil toneladas anuais de biochar.

Vamos dar o exemplo...

Guilherme Campos, que completa um mês à frente da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, defende uma política consistente de produção para as principais culturas agrícolas do País. Ele argumenta que o Brasil baliza o mercado, sobretudo o exportador. “Cabe ao governo, olhando as particularidades das culturas, propor nortes para o futuro da produção agropecuária brasileira, contemplando o setor como um todo”, afirma.

...E nos aproximar

O novo auxiliar do ministro Carlos Fávaro também quer ajudá-lo na aproximação com a bancada do agronegócio e com as entidades do setor. Para Campos, é com diálogo que se pavimenta a relação tanto com o Congresso quanto com os produtores e consumidores finais. “Temos de construir cada vez mais essas pontes”, diz.

Demanda reforçada eleva preço do cacau e arroz

A demanda global supera a oferta de arroz e cacau neste ano e a alta de preço desses produtos no mercado interno surpreende, mostra pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos. Em um ano, o preço do arroz brasileiro subiu 40%, e o valor do cacau disparou 282%. Ambas as commodities apresentam safras globais menores que o previsto, em virtude do clima.

Vendas de frangos devem puxar balanços do setor

O mercado acompanha nesta semana a divulgação do resultado das principais indústrias de proteína animal. A expectativa é de que custos em queda e vendas em alta de carne de frango tenham favorecido o desempenho da Marfrig, que reflete BRF, e da JBS, a partir de Seara e Pilgrim’s, no segundo trimestre.

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