A VetBR, distribuidora de produtos para saúde animal controlada pelo Aqua Capital, conta com a retomada das exportações de carne bovina à China e lançamentos no segmento de pets para faturar cerca de 20% mais em 2023. No ano passado, foram aproximadamente R$ 500 milhões, 10,6% acima de 2021.
“Começamos o ano bem, o que nos dá confiança no plano de crescimento”, diz Felipe Pimenta, diretor financeiro. No dia 11, a VetBR inaugura a expansão do Centro de Distribuição de São Bernardo do Campo (SP), com área 64% maior, de 3.775 metros quadrados. O CD permitirá dar conta do crescimento “agressivo” no Estado, em especial em pets, e se expandir para o interior. A expectativa é crescer 30% no mercado paulista este ano.
A VetBR melhorou sua plataforma digital e, agora, vendedores podem criar mais rapidamente listas de produtos customizadas para grupos no WhatsApp. Espera, com isso, diversificar e aumentar as vendas. Até 2026, o canal deve representar de 30% a 40% dos negócios.
Apesar do plano de comprar uma a duas empresas/ano até 2026, a VetBR vai “segurar as aquisições” em 2023, para acompanhar o endividamento de empresas alvo, que afeta o preço de venda. A companhia segue atenta ao Nordeste, onde abriu um Centro de Distribuição em 2022 e que deve vender 45% a 50% mais em 2023.
BONS VENTOS. A Granja Faria, que detém 10% do mercado de ovos do País, prevê faturamento de R$ 2 bilhões este ano, alta de 30% ante 2022. Denilson Dorigoni, CEO da empresa, explica que a oferta de ovos deve ser menor em 2023, mas que a demanda seguirá aquecida. A produção esperada é de 10,5 milhões de ovos por dia, em média.
IMAGEM FAVORECE. Cerca de 70% da produção de ovos férteis da companhia é enviada a outros países, para incremento da produção local. México e países da África lideram essa importação. “Não há registro de gripe aviária no Brasil e isso nos dá boa exposição no mercado internacional”, diz o CEO. Em relação aos custos de produção, Dorigoni projeta estabilidade e aponta que não há preocupação com os efeitos do clima, que podem influenciar nos preços do milho e do farelo de soja, usados na ração.
APORTE. Depois de investir US$ 16 milhões na modernização da fábrica de Joinville (SC), nos últimos dois anos, a MSD Saúde Animal vai aportar na unidade mais US$ 7 milhões em 2023. No local, a empresa produz brincos e colares de identificação visual e eletrônica para bovinos, que permitem rastrear individualmente cada animal. “A motivação do investimento é a importância que a identificação dos animais tem ganhado no setor”, diz Diogo Albernaz, diretor da unidade.
PELO MUNDO. Com mais duas fábricas em Cruzeiro (SP) e Montes Claros (MG), a MSD chegou a Joinville com a compra da Allflex em 2021, que reforçou o portfólio de soluções tecnológicas – a empresa também produz vacinas e medicamentos veterinários. Cerca de 80% do que sai da unidade catarinense vai para 26 países. A maior capacidade permitirá abrir outros mercados até 2024, como México, Peru, El Salvador, Nicarágua e Chile, e contribuirá para alcançar faturamento de R$ 1,8 bilhão em 2023, ante R$ 1,7 bilhão em 2022.
ALENTO. A indústria de máquinas agrícolas espera para este mês anúncio do Ministério da Agricultura de crédito extra de R$ 17 bilhões em diversas linhas de investimentos. Pedro Estevão Bastos, presidente da câmara de equipamentos agrícolas da Abimaq, antecipa que R$ 5 bilhões devem ser para o Moderfrota. Sem o aporte, o semestre terminaria com vendas em queda de cerca de 15%. Mesmo com o recurso extra, ainda haverá retração, afirma.
‘Dólar-agro’ argentino terá efeito limitado na soja
A decisão do governo argentino de adotar um câmbio específico para exportadores de soja ajudará o país a seguir fornecendo o produto. No curto prazo, deve elevar a oferta do grão e reduzir preços, diz Francisco Queiroz, analista do Itaú BBA. Mas o movimento tende a ser limitado, pois o clima adverso levou a uma quebra de 45% da produção esperada no país.
Desta vez com Lula, titular da Agricultura volta à China
Nem bem desfez as malas da visita à China, Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, se prepara para retornar ao país. O convite veio do presidente Lula, que precisou adiar a visita e quer Fávaro a seu lado quando assinar em Pequim acordos relativos ao agronegócio, já discutidos pelo ministro com os chineses.
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