Com Argentina ‘barata’, total de voos do Brasil ao país deve subir de 162 para 214 até o fim do ano

Gol deve abrir, entre agosto e novembro, novos trechos partindo de capitais como Natal, Maceió, Recife e Salvador para Buenos Aires; expectativa da Latam também é de crescimento

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Foto do author Wesley Gonsalves
Atualização:

Em um cenário de desvalorização do peso argentino, o real – mesmo mais fraco perante o dólar – ganhou poder de compra no pais vizinho. De olho nessa vantagem cambial, o turismo para a Argentina está ganhando força entre os brasileiros. Hoje, segundo o Inprotur, órgão que regula o setor de turismo no país, as companhias aéreas oferecem hoje 162 voos semanais entre destinos brasileiros e a Argentina. Até dezembro, porém, o Inprotur estima que esse número vá crescer 32%, chegando a 214 trechos semanais.

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Esse aumento na oferta vem para suportar uma demanda aquecida. Um levantamento do site Decolar mostra que, desde a abertura das fronteiras para receber visitantes, em outubro de 2021, houve um aumento de 200% nas buscas por pacotes de viagem para a Argentina. Segundo a empresa, as cidades mais procuradas pelos brasileiros são Buenos Aires, Bariloche, Mendoza, Ushuaia e Córdoba.

A Aerolíneas Argentinas é responsável por quase metade dos voos entre Argentina e Brasil – ao todo, são 72 frequências fixas para seis destinos dentro do País, entre eles São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. E há vários dados que suportam a tendência de que há espaço para ampliar a oferta de trechos para a Argentina.

A Gol também prepara um aumento no número de frequências para a Argentina ainda este ano. A aérea hoje opera 27 voos para o país, que é seu principal destino internacional.

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Desvalorização da moeda argentina vira atrativo para brasileiros que querem fazer viagem internacional sem gastar muito dinheiro.  Foto: Juan Ignacio Roncoroni/EFE

A partir de agosto, a empresa passa a ofertar mais um voo semanal saindo de Fortaleza. Em novembro, serão retomadas as viagens para Córdoba e Rosário com saída dos aeroportos de Guarulhos, em São Paulo, e do Galeão, no Rio. No fim do ano, em dezembro, será a vez das capitais Natal, Maceió, Recife e Salvador passarem a ofertar voos semanais, de ida e volta, para Buenos Aires.

Ainda na Gol, o interesse pelas viagens nos dois países motivou uma parceria com a empresa local Aerolíneas Argentinas. Juntas as companhias decidiram criar uma “ponte aérea” do aeroporto de Guarulhos para o Aeroparque, aeroporto da região central de Buenos Aires, compartilhando oito voos diretos semanais.

No caso da Latam, as compras de passagens para a Argentina cresceram 50% do primeiro para o segundo trimestre de 2022. Na companhia, o país vizinho se mantém, há anos, como o principal destino internacional procurado pelos brasileiros.

Atualmente a Latam opera 29 voos semanais para a Argentina, sendo 25 para Buenos Aires e 4 para Mendonza. Diretora de vendas e marketing da Latam Brasil, Aline Mafra diz que a empresa acompanha de perto o aumento na demanda para o destino e vê oportunidades para futuras alocações de frota. “Nossa expectativa é de crescimento sustentável em relação à Argentina.”

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Falta de voos

O vice-presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), Fabiano Camargo, diz que a procura por viagens para a Argentina se acentuou no segundo trimestre do ano, impulsionado pelo turismo de inverno. Para Camargo, a manutenção deste crescimento exige uma maior disponibilidade de frequências aéreas, hoje inferior aos patamares pré-pandemia. “Esse é um movimento que veio para ficar. A nossa perspectiva é de crescimento, mas depende das companhias”, avalia.

Diante da uma oferta menor de voos, a CVC optou por fretar um avião para os pacotes com destino a Bariloche. Segundo o diretor de produtos internacionais, Cristiano Placeres, a empresa aposta também na oferta de destinos menos conhecidos, como Salta, e cidades com foco no enoturismo. “A Argentina sempre foi um destino charmoso para o brasileiro. Nós estamos de olho no turista que busca viagens para áreas famosas pela produção de vinhos e restaurantes”, diz o executivo.

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