Complexo eólico na Bahia terá maior financiamento da história do BNDES para energia renovável

Projeto da Casa dos Ventos e da ArcelorMittal receberá R$ 3,2 bilhões; volume de energia produzido será suficiente para abastecer cerca de 1,37 milhão de domicílios a partir de outubro de 2025

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RIO - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai financiar R$ 3,2 bilhões de um novo complexo eólico no centro-norte da Bahia para a Ventos de Santos Antônio Comercializadora de Energia. Os recursos do crédito correspondem a 80% do projeto total e é o maior volume já financiado pelo BNDES para um empreendimento de geração renovável.

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Batizado como Babilônia Centro, o novo parque eólico será implantado nos municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova, com capacidade instalada de 553,5 megawatts (MW), volume suficiente para abastecer cerca de 1,37 milhão de domicílios a partir de outubro de 2025. O projeto é resultado de uma joint-venture entre a Casa dos Ventos e a ArcelorMittal e será responsável pelo abastecimento de aproximadamente 40% do consumo elétrico da ArcelorMittal no Brasil.

Ao todo serão 123 aerogeradores, com previsão de geração de energia estimada em 267 MW médios. Segundo o BNDES, o complexo permitirá que a ArcelorMittal Brasil seja autoprodutora de energia por meio do maior contrato corporativo de energia renovável celebrado no País.

“Essa operação reforça o compromisso do BNDES com projetos de geração renovável de grande escala, na busca por uma matriz energética cada vez mais sustentável para o Brasil, com produção de energia limpa e estímulo à descarbonização”, afirmou em nota o presidente do banco de fomento, Aloizio Mercadante.

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BNDES financiará projeto de energia eólica em municípios do Centro-Norte da Bahia Foto: Fábio Motta / Estadão

Há previsão que sejam criados 1,5 mil postos de trabalho diretos e 3 mil indiretos durante a fase de implantação do empreendimento. Após a conclusão, o complexo eólico deverá empregar diretamente 80 funcionários e, indiretamente, outros 150 trabalhadores.

Brasil à frente

A diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa, afirmou que o Brasil está em uma posição vantajosa em relação ao resto do mundo na transição energética. Segundo ela, países como Índia e EUA estão fomentando com incentivos e subsídios a instalação de parques eólicos e solares, o que o Brasil faz há 20 anos.

“Em 2004, o BNDES criou um programa de apoio a fontes alternativas de energia elétrica para financiar eólica e solar. O resultado é que projetos financiados pelo BNDES representam 57,5% do total da capacidade eólica instalada no Brasil, que é de 28,7 gigawatts (GW)”, destacou.

Por gerar energia elétrica a partir de uma fonte limpa, o complexo eólico baiano evitará a emissão anual de aproximadamente 950 mil toneladas de CO₂ na atmosfera, informou o banco.

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Costa lembrou ainda que, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), a expansão das energias de fonte renováveis no mundo foi, em 2023, 50% maior do que em 2022, destacando o Brasil entre os países mais relevantes. “Projetos como Babilônia são fundamentais para sustentar essa expansão crescente de fontes renováveis”, destacou.

Presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO Aços Longos e Mineração LATAM, Jefferson De Paula ressaltou a importância do projeto para a empresa que pretende ser carbono neutro até 2050, além de reduzir em 25% as emissões específicas até 2030.

“O Complexo Eólico Babilônia Centro vai assegurar energia limpa e contribuir para a descarbonização das operações da empresa no Brasil. O investimento em energia renovável é fundamental para uma economia de baixo carbono e um futuro sustentável”, afirmou na mesma nota.

Já o diretor-executivo da Casa dos Ventos, Lucas Araripe, destacou os efeitos multiplicadores que o investimento em energias renováveis têm na economia local. “Nossos projetos eólicos no semiárido brasileiro são motores de mudança social: geram empregos, intensificam a economia e potencializam a arrecadação municipal; essas ações transformam a realidade das regiões, promovendo o desenvolvimento sustentável e melhorando a qualidade de vida das comunidades.”

Uma rede de média tensão levará a energia produzida pelos aerogeradores à subestação coletora do Babilônia Centro. A partir daí, a conexão com o Sistema Interligado Nacional (SIN) será feita por uma linha de transmissão de aproximadamente 17 km até a subestação Ourolândia 2, que já está em operação.

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