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Conjuntura de juros e custos altos reforça lançamentos no médio e alto padrões

Estratégia passa também pela redução da metragem das unidades em projetos com facilidades e uma boa localização

Por Patricia Roque
Atualização:

ESPECIAL PARA O ESTADÃO - Em 2022, empresas do setor reforçaram suas apostas em produtos dirigidos ao público de média e alta renda. A One Incorporadora, sétima colocada no ranking do Top Imobiliário, lançou 12 empreendimentos no ano passado, que prevêem a entrega de 3.055 apartamentos com 140,84 mil metros quadrados de área construída e valor geral de vendas (VGV) estimado em R$ 1,20 bilhão.

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Vice-presidente da empresa, Paulo Petrin credita o crescimento à estratégia de reposicionamento da marca, oferecendo unidades compactas para o público de média e alta renda. Segundo ele, os custos de construção permaneceram elevados. “Optamos por unidades compactas, de 25 m² a 45 m², mas privilegiando bairros como Pinheiros, que passou por muita transformação nos últimos anos, tanto de serviços quanto de infraestrutura”, diz.

Ele aponta o Nex One Teodoro como um exemplo de que a aposta deu certo. Localizado na rua de mesmo nome, tem opções de apartamentos de um ou dois dormitórios, variando entre 25 m² e 40 m², distribuídos em um terreno de 4 mil m². A empresa vendeu as 400 unidades da primeira fase em 40 dias. Piscina, coworking e lavanderia são algumas das comodidades previstas.

Perspectiva do empreendimento Nex One Teodoro, localizado em Pinheiros, que tem várias comodidades.  Foto: Divulgação/One Incorporadora

Essas mesmas características são encontradas no Nex One Liberdade. Localizado no miolo do bairro, vendeu 300 unidades em 30 dias. “Foi realmente uma surpresa”, diz Petrin, referindo-se ao desempenho do projeto.

Os resultado obtidos pela empresa foram puxados pela Innova Negócios Imobiliários, a house da One, que alcançou a décima posição no ranking de Vendedoras do Top Imobiliário. Marcello Abbud, sócio da empresa, ressalta o papel do time de comercialização.

“Além do produto que vendemos o que fez esse crescimento é a captação da equipe de vendas, cada vez mais voltada para o mundo digital. E hoje podemos afirmar que a nossa força de vendas está entre as melhores do mercado”, diz.

CEO da One, Milton Goldfarb diz que 2023 começou desafiador. “Mas a expectativa de redução dos juros no segundo semestre deve ajudar a construção civil”, afirma. Ele cita ainda a revisão do plano diretor de São Paulo como outro facilitador para o desempenho desse mercado.

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A One, porém, vai manter a aposta dos apartamentos compactos para públicos de rendas média e alta. “É uma tendência, especialmente na região de Pinheiros, com o público jovem buscando opções para morar próximo ao eixo de trabalho, mas sem deixar de lado o lazer e as facilidades que a infraestrutura do bairro oferece”, afirma Petrin.

P4

A P4 Engenharia figura na sétima colocação no ranking das construtoras do Top Imobiliário deste ano. No ano passado, lançou 18 empreendimentos com o total de 4.516 unidades, que somam 378,5 mil metros quadrados de área construída e (VGV) estimado em R$ 2,07 bilhões.

“Tivemos aumento acima de 35% no volume de obras no ano passado em relação a 2021″, afirma Gustavo Zanforlin, fundador e vice-presidente de Novos Negócios. Segundo ele, o aumento no volume dos lançamentos das incorporadoras parceiras contribuiu para esse resultado.

No ano passado, ao contrário de anos anteriores, foram os produtos de médio e alto padrão que tiveram a maior demanda. “Isso ocorreu pela inviabilidade de custos de produção dos empreendimentos mais econômicos”, afirma o executivo. Também ajuda o fato de os clientes desse perfil serem mais resilientes à inflação e juros elevados.

Kallas

A Kallas, que ficou na nona posição entre as construtoras no Top Imobiliário, desde o ano passado mantém o foco nos projetos de padrão econômico, mas também tem empreendimentos de médio padrão, com metragem média de 80 m² podendo, em poucos casos, chegar a 120 m².

Arena Kallas Itaquera terá piscina e quadras de tênis e futebol.  Foto: Divulgação/Kallas

“O maior problema que enfrentamos hoje é renda da população. Com a inflação alta e os juros idem, a renda está comprometida e sobra pouco para investir em imóvel. Além disso, pela situação macroeconômica, o custo da construção está elevado. Então, optar por imóveis menores, mas oferecendo infraestrutura, é uma forma de atender essa população”, diz Raphael Esper Kallas, CEO da empresa, que reúne as marcas Kallas e Kazzas, do segmento econômico.

Um exemplo é o empreendimento Arena Kallas Itaquera, com unidades de tamanho que variam 35 m² e 40 m² foi pensado para atender a faixa três do programa Minha Casa Minha Vida. Com apelo de sustentabilidade, como aproveitamento da água de chuva, carregadores para bicicletas elétricas e até horta comunitária, já vendeu 90% dos 800 apartamentos oferecidos pela empresa. O conjunto terá um total de 2,6 mil unidades.

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“Desde 2021, nossa meta é manter o VGVL entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão. E neste ano não será diferente, vamos lançar 12 empreendimentos, um aumento de 20% em relação ao ano passado. Esse é o volume que nos mantém confortáveis sem precisar aumentar o staff ou o nível de capitalização”, diz Kallas.

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