Conselheira da Petrobras diz que distribuição de R$ 87,8 bilhões em dividendos é ‘indefensável’

Em texto, conselheira que representa os funcionários da estatal diz que a quantia é muito maior do que o lucro trimestral da companhia, enquanto os investimentos caíram

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RIO - A distribuição de dividendos recordes da Petrobras referente ao segundo trimestre, bem acima do lucro do período, recebeu voto contrário da representante dos empregados da estatal no conselho de administração, Rosangela Buzanelli.

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Em seu blog, Buzanelli afirma que não é contra o pagamento de dividendos, mas considerou “indefensável o volume pago”.

“Uma quantia que ultrapassou em muito o lucro líquido da companhia, enquanto os níveis de investimentos previstos nos planos quinquenais da Petrobras estão nos menores patamares desde 2007, se comparados em real. Se convertermos em dólar, são os menores desde 2004″, disse a conselheira.

Para Buzanelli, o mais justo e sensato seria o pagamento regular mínimo dos dividendos (25% do lucro), incrementando a reserva de lucros para ampliar significativamente os investimentos e recomprar ações da companhia.

Níveis de investimentos na Petrobras estão nos menores patamares desde 2007 Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Em dez anos, o Plano Estratégico da companhia caiu de US$ 236,5 bilhões (2012-2016) para US$ 68 bilhões (2022-2026).

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Distribuição de dividendos recorde

A Petrobras anunciou na quinta-feira, 28, a distribuição de R$ 87,8 bilhões em dividendos referentes ao segundo trimestre do ano, quando lucrou R$ 54,3 bilhões. O anúncio do pagamento aconteceu três dias depois de o Ministério da Economia pedir às principais empresas estatais - Petrobras, Caixa, BNDES e Banco do Brasil - para antecipar os dividendos, com objetivo de ajudar o governo a fechar as contas.

Somente da Petrobras, a União, que detém 28,67% do capital total da estatal, vai receber R$ 50 bilhões referentes ao primeiro semestre do ano.

Segundo o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Petrobras, Rodrigo Araújo, os dividendos anunciados - e que somados ao primeiro semestre atingem R$ 136 bilhões para todos os acionistas - são compatíveis com a sustentabilidade financeira da empresa e não afetam os investimentos.

“Todo trimestre a gente olha para os 60% de caixa e o endividamento e faz todos os cenários possíveis e avalia a possibilidade do pagamento de dividendos extraordinários”, disse Araújo em coletiva de imprensa online para comentar o resultado do segundo trimestre do ano na sexta-feira, 29. “Todos os investimentos estão assegurados”, completou o executivo.

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