Conselheiro da Petrobras renuncia e esquenta disputa por vaga às vésperas de nova assembleia

Efrain Pereira da Cruz comunicou saída nesta sexta; nova discussão sobre comitê ocorrerá em março

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Foto do author Mariana Carneiro
Atualização:

O advogado Efrain Pereira da Cruz informou à Petrobras nesta sexta-feira, 20, a sua renúncia ao cargo no Conselho de Administração da empresa. Ele havia sido indicado pelo Ministério de Minas e Energia em março do ano passado, e apesar de impedimentos apontados pelas regras de governança da companhia, foi eleito para o posto em 27 de abril.

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Ele também deixou a presidência do conselho de administração da EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

Efrain da Cruz era secretário-executivo do MME até o último dia 11, quando foi exonerado. Sua atuação na Petrobras, no entanto, era independente do cargo no governo e, por isso, a renúncia chamou a atenção de integrantes do comitê.

Antes de ocupar o cargo de número 2 de Alexandre Silveira no ministério, Cruz dirigiu a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Ele é considerado nome próximo dos senadores Davi Alcolumbre (União-AP) e Marcos Rogério (PL-RO).

O ex-secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia Efrain da Cruz Foto: Pedro França/Agência Senado

A saída dele esquenta a disputa pela vaga às vésperas de uma nova mudança no comitê, desta vez com o vencimento do mandato de todos os conselheiros, em março. No ano passado, quando houve a sucessão política em Brasília, o governo Lula decidiu trocar antecipadamente os seus indicados.

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A previsão é que alguns deles prossigam no cargo. É o caso de Bruno Moretti e Pietro Sampaio Mendes, cujos nomes já foram encaminhados para a recondução. Na avaliação de conselheiros fora da zona de influência do governo, também não se espera a troca de Vitor Saback, outro nome do governo federal no comitê e de confiança do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Já para a vaga de Efrain da Cruz, o Ministério de Minas e Energia indicou novamente Renato Campos Galuppo, cujo nome também foi rejeitado pelas regras de governança da empresa no ano passado.

Ele foi reprovado pela vinculação com o Cidadania, partido político no qual ele atuou no diretório nacional até março de 2022. Além de ferir as regras internas da Petrobras, a sua indicação sofria impedimento também da Lei das Estatais, que impõe uma quarentena de três anos para políticos ou dirigentes partidários ocuparem cargos em estatais e companhias de economia mista.

O entendimento do governo sobre essa trava, no entanto, mudou após uma decisão no ano passado do então ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, sustando esse trecho da Lei das Estatais por meio de uma liminar.

A decisão do magistrado, que será o novo ministro da Justiça de Lula, abriu caminho para que, por exemplo, o ex-governador de Pernambuco Paulo Câmara (PSB) fosse nomeado presidente do Banco do Nordeste.

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