Indicado pelo governo para o comando da Petrobras, Jean-Paul Prates recebeu nesta terça-feira (24), o sinal verde do Comitê de Pessoas (Cope) da Petrobras, disseram duas fontes familiarizadas com o processo. Agora, o senador em fim de mandato pode ser aprovado pelo Conselho de Administração (CA) como conselheiro e presidente da empresa já na próxima quinta-feira, 26.
A convocação de reunião do CA foi antecipada ainda ontem pelo Estadão/Broadcast e confirmada hoje pela estatal, em comunicado ao mercado. Ainda não havia, porém, clareza sobre o teor do parecer do Cope a respeito da indicação.
Segundo as fontes, o documento de caráter consultivo, vai recomendar a aprovação do executivo pelo colegiado, atualmente com 10 integrantes. Ainda no início do mês, o Estadão/Broadcast apurou que Prates já tinha indicação positiva da maioria dos conselheiros e só aguardava a burocracia interna da Petrobras.
Hoje, o Cope é formado por quatro membros do Conselho de Administração (Iêda Cagni, Gileno Gurjão, Edison Garcia e Marcelo Gasparino) e um convidado externo (Ana Silvia Corso Matte). Com base em relatórios gerados pelo área interna de conformidade da Petrobras, os chamados “Background Checks” de integridade e gestão, parte dos integrantes do Cope deliberam e emitem parecer para subsidiar os demais conselheiros na votação final sobre uma determinada indicação.
O documento não é decisivo, mas a recomendação reduz ruídos junto ao mercado e facilita o trâmite junto ao CA. No ano passado, membros da chapa indicada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) para o Conselho chegaram a ser reprovados pelo Cope e, depois, pelo CA, mas foram aprovados em assembleia geral extraordinária (AGE). Então, o governo, representante da União, fez valer o controle da companhia e ignorou a governança da Petrobras.
A ata da reunião do Cope deve ser publicada nos próximos dias. Só então será possível conhecer o placar da votação e as considerações dos membros do Cope, assim como recomendações a Prates, como o desligamento de empresas próprias ou providências para que estas empresas não façam negócios com a Petrobrás.
Esse tipo de recomendação tem sido uma praxe em pareceres do Cope sobre a admissibilidade de conselheiros e executivos.
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