BRASÍLIA - O chefe adjunto do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Renato Baldini, disse nesta terça-feira, 27, que os números do consignado dos trabalhadores do setor privado sinalizam que a modalidade para beneficiários do Auxílio Brasil “praticamente desapareceram” em novembro, após estouro em outubro.
Segundo dados da Nota de Crédito de novembro, divulgada nesta terça pelo BC, as concessões do consignado dos trabalhadores do setor privado caíram 76,3% em novembro ante outubro, a R$ 1,596 bilhão, voltando ao padrão dos meses anteriores a outubro, quando as contratações alcançaram R$ 6,738 bilhões.
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“Houve um movimento muito grande dessas concessões em outubro e praticamente desapareceram em novembro”, disse Baldini, afirmando que, devido ao movimento atípico, tudo indica que deve-se ao consignado do Auxílio Brasil.
Na entrevista sobre os dados de outubro, o chefe do departamento de Estatísticas, Fernando Rocha, afirmou que a alta de R$ 5 bilhões nessa modalidade de consignado de setembro para outubro devia-se ao consignado destinado aos beneficiários do programa social.
A modalidade foi aprovada pelo Congresso, mas é envolta em polêmicas, já que especialistas avaliam que tende a aumentar a vulnerabilidade de grupos da população que já vivem em situação difícil. Dentre os grandes bancos, somente a Caixa lançou a linha, em meados de outubro, entre o primeiro e o segundo turno da eleição em que o presidente Jair Bolsonaro tentava a reeleição, mas saiu derrotado.
Logo nos primeiros dias da nova modalidade, a Caixa foi surpreendida com a alta demanda dos beneficiários do Auxílio Brasil. Depois, contudo, desacelerou os desembolsos em meio a questionamentos sobre os níveis de capital do banco após concessões recordes este ano, sem a captação acompanhar na mesma velocidade. A alta cúpula da Caixa, contudo, considera que o banco está cumprindo rigorosamente a estratégia aprovada e que, no momento atual de transição no governo, é natural um arrefecimento.
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