O consumo de eletricidade no Brasil em novembro foi de 47.324 gigawatts-hora (GWh), montante que representa uma alta anual de 1,4%. A taxa, porém, é a menor dos últimos 22 meses, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgados nesta sexta-feira, 27.
No acumulado de 11 meses de 2024, o consumo de energia elétrica no País foi de 560.302 GWh, aumento de 5,9% frente igual etapa de 2023. Já no acumulado em 12 meses, a variação é positiva em 6,1%.
Segundo a EPE, o consumo no penúltimo mês do ano foi, mais uma vez, puxado pela indústria, que mantém patamar elevado de demanda há nove meses. Em novembro, o consumo industrial foi o terceiro maior mensal da série histórica, desde 2004, perdendo apenas para agosto e setembro.
O setor teve alta anual de 4,9% do consumo em novembro, com um volume de 16.842 GWh. O aumento alcançou 31 dos 37 setores monitorados. Nos dez mais eletrointensivos da indústria, todos expandiram o consumo, sendo cinco deles acima da média do setor: produtos de borracha e material plástico (+10,3%); produtos de minerais não metálicos (+9,4%); automotivo (+8,7%); extração de minerais metálicos (+6,7%) e papel e celulose (+5,5%).
Já as residências consumiram 14.840 GWh em novembro, retração de 0,7% frente a igual mês de 2023, em virtude das temperaturas mais amenas e um maior volume de chuvas em grande parte do território nacional.
A classe comercial, por sua vez, consumiu 8.714 Gwh, alta de 0,9% na comparação anual. “O bom comportamento do setor de comércio e serviços favoreceu a elevação da taxa de variação do consumo em novembro, embora esse aumento tenha sido moderado pelo clima mais ameno no mês”, afirmou a EPE no boletim.
Mercado livre
O mercado livre foi responsável por 20.635 GWh consumidos no mês, ou 43,6% do consumo nacional, um crescimento de 11,2% na comparação anual. O ambiente de contratação teve uma alta de 51,6% no número de consumidores, ancorada na mudança de regras a partir de janeiro deste ano, que possibilitou que qualquer consumidor atendido em alta tensão pudesse deixar o mercado regulado, no qual é atendido pela distribuidora local.
O Nordeste foi a região que mais expandiu o consumo (+15,6%) e o número de consumidores livres (+77,3%) no penúltimo mês de 2024.
O mercado regulado, por sua vez, respondeu por 26.689 GWh, ou 56,4% do consumo nacional em novembro, queda anual de 5,1%. O número de unidades consumidoras aumentou 1,5% no período, apesar das migrações para o mercado livre. Neste ambiente de contratação, o Sul teve a maior expansão do consumo (+4,4%), enquanto o Centro-Oeste teve a maior expansão do número de consumidores (+2,2%).
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.