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Conta de luz em agosto volta a ter bandeira verde, sem custo extra, diz Aneel

Órgão citou com justificativa as condições favoráveis para a geração de energia elétrica no País, incluindo o volume de chuvas na região Sul

Foto do author Renan Monteiro

BRASÍLIA - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta sexta-feira, 26, a bandeira tarifária verde para o mês de agosto. O órgão citou com justificativa as condições favoráveis para a geração de energia elétrica no País, incluindo o volume de chuvas na região Sul.

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Para este mês de julho, houve o acionamento da bandeira tarifária amarela pela primeira vez desde abril de 2022.

A classificação “amarela” indica condições de geração de energia menos favoráveis e, na prática, leve a um acréscimo de R$ 1,885 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Para agosto, as contas de energia elétrica dos consumidores não terão custo extra.

“No final de junho, houve uma expectativa de menor volume de chuvas para julho, o que se confirmou na maior parte do País. Porém, o volume de chuvas na região Sul neste mês contribuiu para a definição da bandeira verde em agosto”, informou o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, em nota.

Conta de luz não terá cobrança extra em agosto Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Histórico

Criado em 2015, o sistema de bandeiras tarifárias indica aos consumidores os custos da geração de energia no País, e visa atenuar os impactos nos orçamentos das distribuidoras de energia.

Antes, o custo da energia em momentos de mais dificuldades para geração era repassado às tarifas apenas no reajuste anual de cada empresa, com incidência de juros. No modelo atual, os recursos são cobrados e transferidos às distribuidoras mensalmente por meio da “conta Bandeiras”.

O sistema de bandeiras tarifárias reflete o custo variável da produção de energia. O acionamento de fontes de geração mais caras, como as termelétricas, tende a pressionar o custo.

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A mudança de bandeira depende de três gatilhos: preço de liquidação das diferenças (PLD), nível de risco hidrológico (GSF), e a geração fora do mérito de custo (GFOM), associada ao período de crises hídricas.

Para julho, os fatores que acionaram a bandeira amarela foram o risco hidrológico e o aumento do PLD.

Impacto na inflação

A bandeira tarifária verde em agosto foi considerada uma “surpresa” e retira 7 pontos-base (0,07 ponto porcentual) da projeção do IPCA para agosto, segundo o economista da Terra Investimentos Homero Guizzo.

A projeção para o IPCA de 2024, contudo, não é alterada, porque o economista assume retorno da bandeira amarela em dezembro. Segundo a Terra Investimentos, a projeção para o IPCA em julho é de 0,42%; para agosto, de 0,18%; para setembro, de 0,22%; para 2024, de 4,4%; e para 2025, de 3,7%.

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Segundo a estrategista de inflação da Warren Investimentos, Andréa Angelo, a bandeira tarifária verde em agosto tem impacto de 11 pontos-base (0,11 ponto porcentual) no IPCA de agosto, quando deve haver uma deflação de 0,03%.

O IPCA de 2024 continua com projeção de 4,20% para a gestora. “A expectativa era que voltasse a bandeira verde antes do fim do ano. Eu tinha expectativa de bandeira verde em novembro, por exemplo, então só desloca o efeito”, afirma.

Já para o economista-chefe do Banco BMG, Flavio Serrano, a mudança tem impacto negativo de 9 pontos-base (0,09 ponto porcentual) no IPCA de agosto. Com isso, o economista projeta agora uma deflação de 0,05% no próximo mês. “Antes, nossa projeção era de IPCA de agosto em 0,05%, porque esperávamos que a bandeira verde só voltaria em setembro de 2024″, explica. Já para o ano fechado de 2024, a projeção para o IPCA permanece inalterada em 4,10%./Com Caroline Aragaki

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