Rombo nas contas externas soma US$ 2,8 bi em fevereiro, melhor resultado para o mês desde 2017

No acumulado do ano até fevereiro, rombo nas transações correntes soma US$ 11,897 bi

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Foto do author Célia Froufe
Foto do author Antonio Temóteo
Atualização:

BRASÍLIA - O resultado das transações correntes ficou negativo em fevereiro deste ano, em US$ 2,815 bilhões, informou nesta segunda-feira, 27, o Banco Central. Este é o melhor desempenho para meses de fevereiro desde 2017, quando o saldo ficou negativo em menor intensidade: US$ 539,2 milhões.

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Um dos principais do setor externo do País, o resultado é formado pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).

O número da conta corrente em fevereiro ficou dentro do levantamento realizado pelo Estadão/Broadcast, que tinha intervalo de déficit de US$ 7,900 bilhões a US$ 2,000 bilhões (mediana negativa em US$ 5,000 bilhões).

Pela metodologia do Banco Central, a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 2,509 bilhões em fevereiro, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,029 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 3,435 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 3,249 bilhões.

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No acumulado do ano até fevereiro, o rombo nas contas externas soma US$ 11,897 bilhões. A estimativa atual do BC é de déficit na conta corrente de US$ 49 bilhões em 2023. A projeção foi feita no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro e será atualizada no documento desta semana.

Nos 12 meses até fevereiro deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 54,414 bilhões, o que representa 2,78% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse é o menor déficit em proporção do PIB desde abril do ano passado, quando ficou em 2,56%.

Investimentos diretos

Os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 6,451 bilhões em fevereiro, também informou o BC. No mesmo período do ano passado, o montante havia sido de US$ 10,793 bilhões. Em janeiro, entraram US$ 6,877 bilhões em IDP. O IDP engloba investimentos mais duradouros no País, como em uma nova fábrica ou ampliação da capacidade de uma instalação já existente no País.

O resultado ficou abaixo do piso das estimativas apuradas pelo Projeções Broadcast, de US$ 7,5 bilhões, com teto em US$ 13 bilhões e mediana em US$ 9,750 bilhões.

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No acumulado do ano até fevereiro, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo somou US$ 13,328 bilhões. A estimativa do BC para este ano é de IDP de US$ 75 bilhões. A projeção foi feita no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro e será atualizada no documento desta semana.

No acumulado dos 12 meses até fevereiro deste ano, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 88,003 bilhões, o que representa 4,49% do Produto Interno Bruto (PIB).

Gastos de brasileiros no exterior

Os brasileiros gastaram no exterior US$ 868 milhões em fevereiro deste ano, quase o mesmo valor que no mês do ano passado (US$ 805 milhões). Esse também foi o maior valor para um mês desde fevereiro de 2020, pouco antes da eclosão da pandemia da Covid-19, quando as despesas lá fora somaram US$ 881 milhões.

Apesar da melhora, as despesas de brasileiros no exterior ainda não retomaram um patamar de normalidade. Em fevereiro de 2018 e 2019, por exemplo, esses gastos somaram US$ 1,4 bilhão e US$ 1,3 bilhão, respectivamente.

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