A participação do Brasil na Copa do Mundo do Catar começará em 24 de novembro, e a proximidade já levanta velhos questionamentos: os estabelecimentos comerciais fecharão quando os jogos caírem em dias úteis? Os trabalhadores terão folga? De um ponto de vista legal, as empresas não são obrigadas a fechar ou dar descanso: os dias de jogos do Brasil não foram declarados como feriado nem como ponto facultativo.
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Entidades como a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e o Sindicato dos Comerciários de São Paulo (SECSP) informaram ao Estadão não haver um plano setorial que determine a abertura ou o fechamento dos negócios enquanto os comandados de Tite estiverem em campo. Assim, fica a cargo de cada estabelecimento decidir se ficará de portas abertas ou se os colaboradores precisarão trabalhar no dia ou no horário das partidas, apesar da pausa ser tradicional.
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Em mensagem aos associados, a FecomercioSP recomendou que levem em conta “a importância cultural do evento e reflita sobre os impactos que a sua decisão pode causar no ambiente de trabalho”, sugerindo a flexibilização das regras para privilegiar o bom relacionamento entre empregadores e empregados. Por isso, relacionou como alternativas:
- Que o estabelecimento siga aberto e o trabalho siga normalmente, mas os empregados possam acompanhar a partida através de televisões ou telões;
- Que o trabalho pare na hora do jogo, mas o expediente seja estendido em duas horas, antes ou depois respeitando o limite máximo de dez horas diárias;
- Que a compensação seja feita em outros dias, através do banco de horas;
- Que parte da equipe seja dispensada em determinada data, alternando entre as equipes que trabalham nos dias de diferentes jogos;
- Que as horas sejam concedidas, ou seja, que a duração do jogo não seja compensada.
O Brasil estreia contra a Sérvia no dia 24 de novembro (uma quinta-feira), às 16h. Na sequência, joga contra a Suíça em 28 de novembro (uma segunda) às 13h. Por fim, encerra a fase de grupos contra Camarões em 2 de dezembro (uma sexta) às 16h.
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Prejuízos
A paralisação durante os jogos costuma ser ruim para os estabelecimentos, segundo o economista Ulisses Ruiz de Gamboa, da ACSP. Na Copa de 2018, segundo um levantamento realizado pela Cielo, o comércio teve prejuízo no faturamento, que alcançou a 25%, durante a primeira fase do torneio. Neste ano, o Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio) estimou uma perda de faturamento de 50% a 70% para os estabelecimentos comerciais. Alguns setores do varejo como eletroeletrônicos, principalmente TVs, além dos artigos esportivos e bares/restaurantes podem registrar elevação nas vendas, mas trata-se de fenômeno pontual.
Contudo, nesta edição há uma diferença: como a Copa será realizada no Catar, os meses da disputa foram alterados dos tradicionais junho e julho para novembro e dezembro, para coincidir com o inverno no hemisfério norte e dar um refresco no calor. Assim, coincidirá com outros eventos que costumam animar o comércio no fim do ano.
“O fato de a Copa do Mundo começar a menos de uma semana da Black Friday deverá provocar uma antecipação das ofertas e promoções que seriam oferecidas para esses produtos, o que poderia reduzir as perdas do comércio”, relata Gamboa. A final está prevista para acontecer no dia 20 de dezembro, pouco antes do Natal.