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Análise|Quer saber para onde vai o Copom? Fique de olho nas projeções de inflação

Em ata do Copom, divulgada nesta terça-feira, BC diz que taxa de 10,5% é compatível com os índices de preços atuais

Foto do author Renato Andrade
Atualização:

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central está bem preocupado com o aumento das projeções de inflação e são elas que vão ditar os rumos da taxa básica de juros da economia brasileira no futuro próximo.

Essa preocupação está explícita no documento divulgado pelo BC nesta terça-feira, 25, que traz os detalhes da reunião da semana passada do grupo, quando foi encerrado o ciclo de queda da taxa Selic.

Os diretores do BC incluem o avanço das projeções de inflação entre os fatores que levaram o grupo, por unanimidade, a interromper o ciclo de queda da taxa básica de juros do País.

Edifício sede do Banco Central do Brasil Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

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Neste momento, Roberto Campos Neto e demais integrantes da diretoria colegiada do BC trabalham com a seguinte perspectiva: deixar a Selic parada em 10,50% ao ano por um bom tempo porque juros básicos desse tamanho ajudam a controlar a alta dos preços e, em tese, fazer com que as projeções de inflação voltem a ficar em linha com as metas.

Mas, para ninguém acusar o Banco Central de surpresinha, mais à frente, os integrantes do Copom deixam um recado claro ao final da ata: o comando do BC seguirá de olho nas projeções daqui para frente e relembra a todos os leitores que, “como usual”, qualquer movimento que venha a ser feito com a taxa básica de juros no futuro será única e exclusivamente para fazer com que os preços voltem a andar em linha com a meta.

Em outras palavras, se as projeções não recuarem, o juro básico vai subir para ancorar as coisas de uma vez por todas.

Análise por Renato Andrade

Editor executivo de Política, é pós-graduado em Políticas Públicas pela London School of Economics (LSE) e um dos autores do livro "A Crise Fiscal e Monetária Brasileira". Passou pelos maiores veículos de comunicação do País e nas principais agências internacionais, com trabalhos no Brasil, Canadá e Reino Unido.

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