O mercado financeiro voltou a ter um dia de ânimo nesta terça-feira, 20, ainda repercutindo a “parceria” entre o ex-presidente Lula e Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central. Nesta terça, foi aventada a possibilidade de Meirelles exercer um cargo em um eventual novo governo de Lula. Como resultado, o dólar caiu 0,25%, a R$ 5,1525, enquanto a B3 teve alta de 0,62%, aos 11.517 pontos.
Apesar do cenário de incertezas e crise multifatorial em diversos países, economistas afastam, a curto prazo, a possibilidade de que uma recessão mundial alcance o Brasil. Operadores atribuíram a resistência do real a eventual fluxo positivo para a Bolsa doméstica.
No entanto, a questão Lula-Meirelles não foi a única razão para o dia positivo. “Por aqui, com o aporte dos recursos do Auxílio Brasil contribuindo para a recuperação do setor de serviços, além da melhora constante dos resultados da indústria e a redução da taxa de desemprego, por ora a recessão continuará fora da perspectiva, diz Acilio Marinello, coordenador do MBA de Digital Banking da Trevisan Escola de Negócios.
A agenda desta quarta-feira, 21, inclui as decisões sobre a taxa de juros no Brasil e nos EUA. Por aqui, pesquisa da BGC Liquidez mostra que a grande maioria do mercado(81%) espera manutenção da Selic a 13,75% ao ano, na decisão de amanhã do Copom, em Brasília. O restante acredita em uma alta de 0,25 ponto, para 14% ao ano.
Nos EUA, a expectativa é que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) eleve a taxa de juros para conter a persistente alta da inflação.
Ações
Grandes companhias brasileiras ajudaram a manter a B3 no terreno positivo até o fim do dia. Os bancos foram destaque. O Bradesco terminou com altas de 3,67% (ON) e 3,23% (PN), enquanto o Itaú subiu 3,32% e Santander ganhou 2,59%. O Banco do Brasil se valorizou 1,52%.
“Foi um dia típico de investimentos em empresas resilientes. E isso beneficiou os bancos, que são mais resilientes e flertam com a manutenção da taxa de juros elevada. Além disso, tem a perspectiva de redução da inadimplência para ajudar a rentabilizar seus ativos com retornos bem positivos aos acionistas”, avalia Julia Monteiro, analista da MyCap.
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