O clima de cautela predominou sobre os ativos domésticos nesta quinta-feira, 8, em contraposição ao movimento de recuperação visto em Nova York. Por aqui, o principal motivador do dia continuou sendo a PEC da Transição, aprovada na quarta em dois turnos no Senado e que eleva o teto de gastos em até R$ 168 bilhões, por dois anos. A Bolsa terminou no menor nível desde 5 de agosto, enquanto o dólar subiu 0,20%.
Apesar de o valor ter ficado abaixo da proposta original, de quase R$ 200 bilhões, os investidores acreditavam que o texto seria ainda mais desidratado, frustrando um pouco da reação positiva dos mercados nos últimos dias. Agora, a PEC segue para a Câmara dos Deputados, que deve votar a matéria na próxima semana, quando o STF deve julgar as questões do orçamento secreto, amplificando as incertezas. Para completar, os agentes aguardam para sexta o anúncio de alguns nomes que vão compor o ministério do governo eleito, entre eles Fernando Haddad para a Fazenda.
Esse quadro colocou em segundo plano a decisão do Copom, de certa forma dentro do esperado, na noite de ontem, bem como indicadores e o maior apetite ao risco visto em Wall Street. De certa forma, a bolsa foi quem mais sentiu o impacto deste cenário, em dia de queda de bancos e Petrobras. No fim, o Ibovespa terminou com perdas de 1,67%, aos 107.249,04 pontos. No caso do dólar, em dia de liquidez exígua, a moeda até chegou a testar baixa pontual, mas prevaleceu a aversão ao risco, que fez a moeda ter valorização de 0,20%, a R$ 5,2161.
Lá fora, após cinco pregões seguidos de queda, houve tempo para um respiro e os principais índices de ações subiram em Nova York, com o mercado em compasso de espera para reuniões de política monetária de grandes bancos centrais na próxima semana, incluindo Federal Reserve e BCE.
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