Dólar sobe 1,30% com aumento da tensão fiscal; Bolsa cai

Falta de avanços na PEC da Transição, que tem de ser aprovada até 15 de dezembro pelo Congresso, alarma investidores

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Por Redação
Atualização:

O mercado devolve nesta terça-feira, 22, a melhora na percepção de risco fiscal vista na sessão anterior, dada a falta de avanços na PEC da Transição, que tem de ser aprovada até 15 de dezembro pelo Congresso. O dólar à vista acelerou o ritmo de alta e encerrou cotado a R$ 5,3797, um avanço de 1,30%, em dia marcado por recomposição de posições defensivas, após dois pregões seguidos de baixa da moeda americana. Já a Bolsa fechou em baixa de 0,65%, aos 109.036,54 pontos. Expectativa segue em torno da formatação final da PEC de Transição (em especial sobre o volume e o prazo do chamado ‘waiver’ fiscal).

Outro fator a afligir os agentes é a indefinição quanto ao ministério do novo governo, em especial quem vai comandar o Ministério da Fazenda. Há rumores de que o nome do ex-ministro Fernando Haddad ganha força nos bastidores. O vice-presidente eleito e coordenador da transição de governo, Geraldo Alckmin (PSB), tentou nesta tarde mais uma vez baixar a temperatura em relação ao anúncio de nomes, mas adiantou que as indicações devem ocorrer “em mais alguns dias”.

B3, a Bolsa de Valores de São Paulo Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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Ainda na área fiscal, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a população brasileira não deve acreditar em fake news que afirmam que há rombo ou irresponsabilidade fiscal. Segundo ele, como o debate sobre as contas públicas está em destaque, é necessária uma visão realista. As declarações foram feitas durante coletiva do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do quinto bimestre. Disse ainda que, no passado, o Brasil não tinha peso e influência internacional suficientes para indicar um presidente para o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que fosse eleito. O economista Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central (BC), será o primeiro brasileiro a comandar a instituição.

Em Brasília, o secretário especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, afirmou que mantém a expectativa de fechar 2022 com um superávit primário próximo de R$ 40 bilhões. Segundo o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do 5º bimestre, a projeção atual é de que as contas fechem no azul em R$ 23,361 bilhões.

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