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Bolsa sobe 2% e dólar cai a R$ 5,16 com o fim da novela da PEC de Transição

Cenário nacional descolou do exterior, que age com cautela em por causa de possíveis apertos monetários em economias centrais, como EUA e Europa

Foto do author Luis Eduardo Leal
Foto do author Cicero Cotrim
Atualização:

O Ibovespa recuperou a linha dos 109 mil pontos e se manteve mais uma vez bem à frente dos índices acionários americanos e europeus, nesta sexta-feira, 23. Foi o quinto ganho consecutivo para a referência da B3, uma sequência vitoriosa que não se via desde o intervalo entre 17 e 21 de outubro. Os descontos que se acumularam na Bolsa deram lugar a uma recuperação técnica nesta semana, em que o Ibovespa avançou 6,65%, vindo de perdas de 4,34% e 3,94% nas duas anteriores, o que resulta ainda em recuo no mês, de 2,48% - bem inferior, contudo, à retração de 7% vista no começo desta semana, em dezembro.

No fechamento desta sexta, o Ibovespa mostrava alta de 2%, aos 109.697,57 pontos, o maior nível de encerramento desde o último dia 6, então aos 110.188,57. No ano, o Ibovespa avança 4,65%. Fraco, o giro financeiro desta sexta-feira ficou em R$ 23,2 bilhões. O ganho semanal de 6,65% foi também o maior desde o intervalo entre 17 e 21 de outubro, quando havia subido 7,01%.

B3, a Bolsa de Valores de São Paulo Foto: Werther Santana/Estadão

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“O nível de negociação um tanto menor, aqui como no exterior, favorece a volatilidade nesta sessão pré-Natal, com muita gente já de fora, pelo feriado. A PEC da Transição, desidratada, ainda dá apoio ao sentimento positivo, bem como a recepção aos nomes já anunciados pelo governo eleito”, para os ministérios e as áreas técnicas da Fazenda, diz Gustavo Neves, especialista em renda variável da Blue3. “Não foi negativo como se chegou a temer.”

Com o esvaziamento da agenda e também do volume de negócios à medida que o ano vai chegando ao fim, o apetite por risco foi amparado por leitura abaixo do esperado para o IPCA-15 de dezembro, considerado como prévia da inflação no mês. A leitura vem no momento em que os investidores têm refeito contas com relação à Selic, tendo em vista a possibilidade de expansão fiscal em 2023 no Brasil, em paralelo ao aumento de juros ainda em curso em economias centrais, como Estados Unidos e zona do euro.

Ainda que, em meio a muita volatilidade, as Bolsas em Nova York tenham subido, o saldo semanal foi negativo para quase todos os índices - a exceção foi o Dow Jones. Afinal, os indicadores que vieram a público, sobretudo os norte-americanos, continuam sugerindo resiliência da atividade, da inflação e do mercado de trabalho. E, se por um lado, isso reduz as chances de uma recessão iminente, também significa que o Federal Reserve (Fed) ainda tem muito trabalho pela frente na condução do aperto monetário. É aí que reside o principal ponto de incômodo

Câmbio

O dólar à vista encerrou na quarta baixa consecutiva, cotado a R$ 5,1662, em queda de 0,38%. Com o resultado, a divisa americana acumula recuo de 2,42% em relação ao real na semana e, no ano, cai 7,35%. A disparada dos preços de commodities e a redução da incerteza fiscal do País apoiaram a moeda brasileira ao longo da sessão, em meio à baixa liquidez na antevéspera do Natal.

A divisa operou em queda durante todo o pregão. No meio do dia, chegou a testar a mínima de R$ 5,1199 (-1,27%), mas diminuiu as perdas em relação ao real ao longo da tarde. O movimento acompanhou o enfraquecimento global do dólar, em especial na comparação com moedas como o dólar australiano, peso do México e rand sul-africano, que ganharam terreno ante a moeda americana durante o pregão.

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O quadro responde ao aumento dos preços de commodities registrado ao longo do dia e, sobretudo, à disparada do petróleo. O contrato futuro do Brent fechou o dia em alta de 3,69%, cotado a US$ 83,97 o barril, enquanto o WTI marcou ganhos superiores a 2,5% durante a sessão, após a Rússia anunciar um corte de até 7% da sua oferta da commodity em 2023.

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