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CPI da Americanas é instalada na Câmara; presidente defende punição sem desestabilizar economia

Deputados querem recolher informações com associados e auditorias que investigaram o caso antes de convocar os sócios da varejista para serem interrogados

Foto do author Giordanna Neves
Foto do author Lucas Agrela
Atualização:

BRASÍLIA E SÃO PAULO – A Câmara dos Deputados instalou nesta quarta-feira, 17, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o rombo contábil registrado nas Lojas Americanas. O deputado Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE) será presidente do colegiado, e o deputado Carlos Chiodini (MDB-SC) ficará com a relatoria.

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A CPI, protocolada pelo líder do PP na Câmara, André Fufuca (MA), terá 27 membros titulares e 27 suplentes. Apenas 17 titulares foram indicados até o momento.

A primeira sessão da comissão foi iniciada na tarde desta quarta. Logo no início dos trabalhos, o presidente Gustinho disse ser preciso investigar quem cometeu fraude, mas sem desestabilizar a economia do País.

Em janeiro deste ano, a Americanas informou um caso bilionário do que chamou de “inconsistências contábeis” e pediu recuperação judicial, declarando dívida de R$ 43 bilhões. O caso é o quinto maior de recuperação judicial na história do País, atrás apenas de Oi (2º e 4º), Samarco e Odebrecht.

“Teremos um trabalho árduo pela frente. É um tema que precisamos ter muita responsabilidade, logicamente, tendo o compromisso de punir aqueles que possivelmente fraudaram ou tentaram fraudar o mercado financeiro. Mas, também temos que ter a consciência de não desestabilizar a economia do nosso País, principalmente no momento em que nós vivemos”, disse logo após o início dos trabalhos da comissão.

Presidente da CPI, Gustinho Ribeiro diz ser preciso investigar quem cometeu fraude na Americanas, mas sem desestabilizar a economia do País  Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“O Brasil precisa ter um ambiente de negócios equilibrado, mas nós não podemos admitir qualquer tipo de fraude que possa arranhar a imagem do nosso país no que diz respeito a nossa economia”, continuou.

O deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ) sugeriu que o colegiado recolha informações com associados e auditorias que investigaram o caso antes de convocar os sócios da varejista para serem interrogados na comissão.

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“Convocar (os sócios) logo de cara antes de recolher documentos pode não ser bom. (Pode ser melhor) recolher mais elementos para que na hora ‘H’ a gente pudesse fazer as perguntas necessárias”, disse Motta durante a realização da CPI. “Não sei se é o primeiro requerimento que devemos aprovar”, continuou, ao citar a convocação dos sócios.

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Americanas, deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), deve apresentar na próxima semana aos membros o plano de trabalho do colegiado. A proposta deve ser aprovada pelos integrantes para dar continuidade à investigação.

O presidente da CPI, Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE), disse que seguirá os trâmites e que o plano deve ser divulgado depois de aprovado pelos membros da CPI. A ideia, de acordo com ele, é de que ocorra, pelo menos, uma sessão por semana, provavelmente às terças-feiras.

A leitura do requerimento para instalação do colegiado foi feita pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), no dia 26 de abril.

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Veja os membros titulares da CPI indicados até o momento:

  • Alex Manente (Cidadania-SP)
  • Alexandre Guimarães (Republicanos-TO)
  • Átila Lira (PP-PI)
  • Carlos Chiodini (MDB-SC)
  • Diego Coronel (PSD-CE)
  • Domingos Neto (PSD-CE)
  • Fausto Santos Jr. (União-AM)
  • Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE)
  • João Carlos Bacelar (PL-BA)
  • Jorge Goetten (PL-SC)
  • Junior Mano (PL-CE)
  • Maurício Carvalho (União-RO)
  • Mauro Benevides Filho (PDT-CE)
  • Mendonça Filho (União-PE)
  • Robinson Faria (PL-RN)
  • Thiago de Joaldo (PP-SE)
  • Vicentinho Junior (PP-O)

Outro lado

Procurada, a Americanas diz estar à disposição para colaborar com a Comissão Parlamentar de Inquérito em quaisquer questionamentos, sendo “a maior interessada no esclarecimento dos fatos”. A empresa diz ainda que tomou várias medidas desde que o rombo bilionário veio à tona em fato relevante, na noite de 11 de janeiro, como a instauração de um comitê independente para apurar as circunstâncias do ocorrido e o afastamento dos diretores estatutários.

“A Americanas também está colaborando com todas as investigações que têm sido realizadas, tanto pela Comissão de Valores Mobiliários como outras autoridades e órgãos competentes e segue com seu compromisso de manter o mercado informado a respeito dos desdobramentos do caso relatado”, informou a empresa, em nota.

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