O Credit Suisse anunciou a intenção de acessar uma linha de liquidez adicional fornecida à instituição pelo Banco Nacional da Suíça (SNB, o banco central do país) no valor de até 50 bilhões de francos suíços, ou US$ 53,7 bilhões (R$ 285 bilhões). O empréstimo foi anunciado por meio de comunicado divulgado na noite desta quarta-feira, 15, no horário de Brasília.
Segundo o Credit, esse reforço de liquidez dará suporte aos principais negócios e clientes do banco, à medida que a instituição toma medidas necessárias para criar um “banco mais simples e focado nas necessidades do cliente”.
O Credit informou ainda que vai comprar de detentores uma parcela de sua dívida, em uma oferta que expira em 22 de março. Uma parte serão de títulos emitidos em dólar, no valor de até US$ 2,5 bilhões, e outra, de papéis emitidos em euros, no montante de até 500 milhões de euros.
“Essas medidas demonstram uma ação decisiva para fortalecer o Credit Suisse à medida que continuamos nossa transformação estratégica para agregar valor aos nossos clientes e outras partes interessadas. Agradecemos ao SNB e à FINMA [principal autoridade de supervisão financeira do país] enquanto executamos nossa transformação estratégica. Minha equipe e eu estamos decididos a avançar rapidamente para oferecer um banco mais simples e mais focado, construído em torno das necessidades do cliente”, escreveu o CEO do Credit, Ulrich Koerner.
Crise de liquidez
Mercado teve um dia de tensão na quarta-feira, frente à possibilidade de o Credit Suisse enfrentar uma crise de liquidez, que poderia contaminar o sistema financeiro internacional. As ações do banco chegaram a perder 30% de seu valor depois que o seu principal acionista, o Saudi National Bank (SNB), descartou a hipótese de oferecer mais ajuda à instituição, que enfrenta sérias dificuldades desde o ano passado.
As perdas nas bolsas ao redor do mundo, que recuaram frente às notícias no banco, foram amenizadas no fim do dia depois de o Banco Nacional da Suíça (SNB) e a principal autoridade de supervisão financeira do país (FINMA, na sigla em inglês) afirmarem que o Credit Suisse atende às exigências de capital e liquidez impostas aos bancos considerados “sistematicamente importantes”. O SNB havia se disposto, então, a fornecer liquidez ao Credit, em caso de necessidade.
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