O Credit Suisse e o banco UBS são contra fusão forçada, de acordo com a agência de notícias Bloomberg. O UBS reluta a assumir riscos relacionados ao rival Credit Suisse e prefere se concentrar em sua estratégia de gestão de riqueza.
Diante de um cenário global de crises no sistema bancário - nos EUA, Silicon Valley Bank (SVB) e o Signature Bank quebraram na semana passada -, a aquisição do Credit Suisse por um sócio de peso é visto como uma saída para o conglomerado suíço superar a crise de credibilidade que enfrenta há anos e que ganhou novo capítulo na quarta-feira, 15. Nomes como o do UBS e do J. Safra Sarasin, baseado na Suíça e controlado pela família Safra, são citados por analistas como possíveis compradores.
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O banco suíço enfrenta uma grande crise de desconfiança, com resultados ruins, desde o ano passado. No final de julho, anunciou que reformularia seu banco de investimento e sairia de alguns outros negócios para se tornar uma instituição mais enxuta e menos arriscada, após desastres financeiros que incluíram um golpe de US$ 5,1 bilhões em 2021 do cliente Archegos Capital Management.
Na terça, 14, o Credit Suisse havia dito ter identificado “fraquezas significativas” na divulgação de resultados financeiros dos últimos anos em função de controles internos ineficientes. No relatório anual de 2022, o banco suíço disse que sua liderança, incluindo o CEO Ulrich Körner e o diretor financeiro Dixit Joshi, que começaram a trabalhar na instituição no ano passado, concluiu que seus controles não são eficientes.
Na quarta, 15, o banco anunciou a intenção de acessar uma linha de liquidez adicional fornecida à instituição pelo Banco Nacional da Suíça (SNB, o banco central do país) no valor de até 50 bilhões de francos suíços, ou US$ 53,7 bilhões (R$ 285 bilhões).
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