Credores da Chrysler propõem trocar dívida de US$ 2,5 bi por ações

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Por AP e DETROIT
Atualização:

Bancos e fundos de investimentos com US$ 6,9 bilhões a receber da Chrysler propuseram trocar US$ 2,5 bilhões dessa dívida por uma participação de até 40% na empresa após a entrada da Fiat, segundo duas fontes com conhecimento da proposta. De acordo com uma das fontes, a proposta foi entregue pelos credores à Chrysler e ao Departamento do Tesouro dos EUA na segunda-feira. A proposta chega no momento em que a montadora corre para conseguir cumprir o prazo dado pelo governo, de 30 de abril, para trocar dívida por ações, cortar custos e negociar uma aliança com a Fiat. Se perder esse prazo, a ajuda governamental acaba e a empresa pode ser simplesmente liquidada. Na semana passada, os credores rejeitaram uma oferta do Departamento do Tesouro para trocar a dívida por um pagamento de US$ 1 bilhão em dinheiro. A nova proposta, que transforma 35% dos débitos da empresa em ações, ainda está abaixo do objetivo traçado pelo governo, de reduzir a dívida em pelo menos dois terços. A Chrysler tem sobrevivido com a ajuda de US$ 4 bilhões dada pelo governo em dezembro, e pode receber mais US$ 500 milhões para ficar de pé até o final do mês. Porém, sem uma grande reestruturação e sem o acordo com a Fiat, autoridades americanas já disseram que o governo não vai mais emprestar dinheiro à empresa. O comitê de credores que apresentou a proposta à montadora inclui bancos como o Citigroup, JP Morgan Chase, Goldman Sachs, Morgan Stanley e várias outras instituições de menor porte, além de alguns fundos de investimentos. "O objetivo é conseguir algo como 40% de participação" na companhia surgida após a entrada da Fiat em seu capital, disse uma das fontes. "E ficar com uma participação na empresa é uma proposta de risco", completou. Procurados, representantes da Chrysler e do Departamento do Tesouro não se pronunciaram. Chrysler e Fiat vêm discutindo um acordo pelo qual a montadora italiana ficaria com uma participação de 20% na americana, em troca da cessão de tecnologia para a fabricação de carros menores e mais eficientes. O presidente da Fiat, Sergio Marchionne, estava ontem nos Estados Unidos conduzindo pessoalmente as negociações.

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