O Banco Central Europeu dará o primeiro passo na quinta-feira, pois é tido como certo que a autoridade subirá os juros pela primeira vez em quase três anos. Está precificada uma elevação de 0,25 ponto porcentual, para 1,25%. Mas, como a inflação na zona do euro já chegou a 2,6%, é possível ouvir pelo mercado quem aposte num empenho ainda maior do BCE para combater a inflação, com alta de 0,5 pp.
Se ninguém duvida do falcão Jean-Claude Trichet, a política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) se transforma num debate cada vez mais acalorado. Nos últimos dias, diversos membros do BC dos Estados Unidos se declararam favoráveis ao início da reversão da atual estratégia extremamente frouxa, em meio à evidente melhora da economia. As afirmações entraram em contraste com a visão de alguns "pombos" do Fed, que preferem a manutenção dos estímulos.
A discussão é boa e deve continuar concentrando as atenções ao longo da semana. Ganha importância, portanto, a fala de Ben Bernanke hoje à noite (às 20h15 de Brasília) em palestra sobre estabilidade financeira durante conferência do Fed de Atlanta. A ata da reunião do Fomc, a ser divulgada amanhã, também será alvo de escrutínio.
Está claro que vão surgindo sinais de que a economia dos Estados Unidos engata recuperação mais firme. A constatação da melhora, entretanto, não tem ajudado o dólar. Na sexta-feira, mesmo depois de todos os dados fortes, a moeda recuou em relação ao euro, pois prevaleceu a afirmação de William Dudley, presidente do Fed de Nova York, contra um movimento prematuro de aperto. As moedas consideradas porto seguro seguem dispensadas em meio ao ambiente de apetite pelo risco. No ano, o índice de dólar acumula queda de 4,5%.